domingo, 4 de janeiro de 2009

Foto fora Foto dentro

Um cabelo amarelo esbranquiçado pontiagudo, avança triangularmente para baixo e para frente ale´m da ponta do nariz. Cabeça que possui traços fortes paira sobre o brilho negro pulsante da roupa plástica. Em pé no meio do quarto cinza, acompanha tudo com um semi-degradê preto reto, o piso é de madeira rustica, gasta por intermináveis festas, paredes de cimento, espaço comercial e residencial, com partes militares espaciais, uma mesa plástica na diagonal direita da imagem, plástico cor I-mac.

É essa a foto almejada agora em pleno século 21? Imposição do mercado e não um estatuto da criação, um statement. É apenas o que a condição social permite que aquele indivíduo compre e tenha em casa, o minimalismo surgiu por falta de recursos e não por escolha absoluta. Não há escolha absoluta que não seja uma imposição. Sendo uma imposição, o imposto é necessariamente falso pois, não teve como pré-suposto a lógica da vida e sim a lógica do pensamento. Pensamentos são interessantes pois tem a capacidade de não escutar o mundo, assim como nós temos a capacidade de conversar sem escutar. Talvez seja culpa do olhar. Sentidos que ameaçam a vida? O Amor ameaça o ser. E se toda a existência tem como som, a resposta ao ambiente que nos cerca, por que o absurdo? A invenção da estética absurda soa absurda em um lugar onde a descoberta da vida é almejada e praticamente nunca alcançada. Palhaços? Seres imaginários? Humanos se portanto de maneira reta, com impulsos pré-pensados são reais? Se vejo essa idéia realizada posso afirmar que são, mas não vendo isto no mundo, a conclusão que se pode chegar, não é a única claro, é que é mais uma montagem de idéias. Um grande geométrico humano, equacionado, multiplicado, formatado, que agora anda para onde o diretor quer. Esse é o ator moderno, o homem que anda na rua, que é desejo de ser de alguns e que é morada de outros. O ambulante que interpreta. Um ser que não existe, mas que cola idéias, monta a si mesmo. Raciocinando como um boneco de videogame, nunca quebra o padrão e sempre a estatística matemática é a certeza. É pobre. Não há espaço. Não há vazio. Sem o vazio interno, não somos. Solvente, raspar, martelar, quebre-se. É triste sempre receber o mesmo das pessoas. O inferno é a estática humana, inércia na vida, mesmas respostas, padrão continúo até o meu eu dar game over. Esse é o meu inferno, qual é o seu?

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