quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

ÚLTIMO DIA DE 2008

TODO MEDICAMENTO DEVE SER MANTIDO FORA DO ALCANÇE DE CRIANÇAS.
SIGA CORRETAMENTE O MODO DE USAR.
NÃO DESAPARECENDO OS SINTOMAS, PROCURE ORIENTAÇÃO MÉDICA.

mais um ano
ele
chegou
esqueça a si mesmo
e
o
AME.

sábado, 20 de dezembro de 2008

Noite

A noite o bar não é mais casa, é um refúgio, um porão na cidade sem porões. O sol faz a conceção de não aparecer na festa, até que seja a hora de te apontar a si mesmo. Hora importante, ignorada e ultrajada. Hora de nascer do morrer. Não conte a ninguém o que descobriu, é só seu, não entenderão, não viveram, não morreram, não amaram. Só a chuva e o poste sabem. As nuvens vão embora, as ondas quebram e voltam, o vento nunca para em um lugar. Sempre é só você. Meu inimigo sou eu. Não há nenhum outro à altura. " I am always fighting myself" assim falou o profeta bêbado.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Beaumont

A noite o sono não vem, foi dar uma volta e me deixou sozinho. Um dia de manhã pego ele no flagra, mas enquanto isso fico aqui com coceiras em pontos que nunca coçaram, imagens que já passaram, nomes que não quero e luz, que chega avisando a hora. Nessa hora estou com uma só sensação, puto. "Sensações não existem, só acompanham ações".

Merda, sempre achei que estava sentindo alguma coisa importante e que era esse o momento porque eu "sentia que era" mas era só mentira...minha, de mim para eu. Como um índio, se é que existem ainda, ser índio é ter uma televisão e usar bermuda jeans. Cara pintada é como mentir.

Mendigos tem cama? Menino de rua tem sabe o que é calor?
Roupa suja sabe o que é odor?
Mães sabem ver maldade nos filhos?
E a loja da esquina, quando vai falir?
Até quando quem joga bolinhas no sinal vai ficar ali?

Não quero respostas, realmente não me interessam, não...não. Estou fechado para balanço, seu balanço. Estou observando o que me fala, cabeça cheia, se não entendeu se esforce pois o mundo fala com você. Estou me esforçando e ainda assim não escuto boa parte.

Conceitos são idiotas como seus criadores.
Idéias só funcionam na teoria.
Não gostar é excluir parte do mundo.
Falar limitando-se é nocivo.
Falar não sendo específico é como cagar e perguntar
- Isso sou eu, agora qual parte do que sou eu é você?

Tomo mais um gole,
olho a garrafa vazia,
vou dormir.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Bar em Trastevere

Frequento o bar mais fudido da região. É uma constatação a essa hora, estou aqui a quatro horas e conheço boa parte dos que frequentam agora. A maior parte é composta de deformados, barbudos e desempregados. Todos me cumprimentam com grunhidos, sons que não pertencem a nenhuma língua além da experiencia de vida. Os outros bares possuem conversas "agradáveis", "elevadas", "drogadas" e tudo o mais, aqui só vejo sorrisos, não querem mais dor, ninguém filosófa sobre nada, ninguém se interessa por qualquer tipo de coisa além de uma bunda ou um peito. Cada um faz o seu trabalho, uns bebem, outros desenham, alguns escrevem, outros servem e alguns abanam o rabo. Todo mundo tem um rabo. Estou em pé no canto, lugar altamente privilegiado e disputado a olhares e ameaças físicas. O banheiro é uma instalação plástica, no sentido literal da palavra. O vinho é uma merda mas feito de uva. A café é nojento mas estranhamente o que mais vicia da região. O sujeito maldito que serve no bar, está deprimido há doze anos, não fala com ninguém e nem por isso resolveu escrever um blues. Seu filho morreu, pelo que seu olhar indica, mas tudo leva a crer que é o mendigo da esquina. Este eu conheço está ali trabalhando a três anos, seu pai nunca mais olhou pela janela. Um assaltante americano muito boa praça bebe comigo, ele perdeu seu passaporte e sua profissão se resume a "I do things that i don´t wanna do." a maioria do mundo trabalha nisso mas ele me pareceu mais sério que os outros. Seus amigos africanos foram deportados e ele por se parecer o Bruce Lee continuou no país. Sinto que ele está meio solitário e proponho que pule da ponte, seria uma morte honrrosa... ele não concorda. Está já de porre total enquanto turistas de seu prórpio país flertam de passagem, cansou de assaltos fáceis e me diz que prefere coisas que envolvem viciados em crack e outras drogas,"awesome stuff" ele diz. Meio sonolento peço um café, em meio a mais um vinho, ele reprova, eu jogo o café dentro do vinho, ele aprova, "brave shit, that will put some hair in your chest", eu concordo. Bruce sai de perto, continuo o canto, é meu e daqui só saio em direção ao banheiro, natural, shit i ad. Já são 4:30 quando o sujeito decide fechar o bar, um motim é formado, mas como é um motim usual, nem mesmo os amotinados levam a sério. Vou para casa, não sonhar. Quem apaga não sonha.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Roma

Estou em Roma.
Aqui tudo é velho, ou antigo ou não me ligo. Os italianos são legais, as italianas mais legais, mas não falam devagar o que é um problema. Querem saber se eu gosto de futebol, odeio. Querem saber se eu vi o papa, com letra minúscula para quem não acredita em deus, também com letra minúscula, caso exista e por fazer um trabalho tão mal feito; não vi o papa, ele acorda muito cedo. Domingo até uma da tarde não sou uma pessoa e sim um ser tentando sobreviver, constantemente me perguntando - Quanto tempo mais de vida pela frente? O tempo passa devagar, nunca passou rápido. O que passa rápido são os momentos bons, mas mesmo eles são lentos se percebidos pela via de mão única.

No avião um garotinho de cinco ou seis anos estava viajando sozinho ao meu lado, do lado de lá do corredor. Uma velha deu azar de sentar ao seu lado. O moleque era genial. Perguntou 25 vezes antes do avião decolar se já estávamos voando. A velha me olhou, eu sorri, ela me encarou, pensei que sexo no banheiro era fora de cogitação devido as pelancas. O vôo foi mai mais agradável devido ao garotinho, porque eu sabia que não estava no pior lugar. A velha estava quase abrindo a porta do avião depois que o moleque resolveu perguntar o que eram todos os botões, todos os nomes dos passageiros, todos os vestidos da aeromoça e todos os utensilios possíveis de se fazer um avão voar. Eu achava o máximo cada vez que o garotinho acordava a velha e sorria para ele, uma dose de motivação pessoal sempre é bom para os que estão começando. No final quando eu me despedia do garotinho ele perguntou se a cortina das janelas no aeroporto eram para tapar o "peru" dos que estavam do outro lado, fiz que sim com a cabeça enquanto a aeromoça levava-o para longe. O nome dele era Gustavo.


Ontem achei uma tulipa roxa que caiu de um apartamento no chão, obviamente peguei-a e levei ela até um bar para tomar um vinho comigo, o italiano ficou preocupado com minha sanidade mental ao perceber que eu estava carregando uma planta sem vaso na mão. Quando pedi um vinho ele se acalmou e quando ofereci um para a tulipa ele voltou a ficar atiçado, meio corado e tal, mas como eu e minha tulipa roxa não nos preocupamos saimos de lá rapidamente. Deixei-a em um cesto de uma bicicleta estacionada, me parecia que ela queria ir para lá, aquele lugar onde um italiano ou um imigrante a encontrariam. Sou angelical para os que não conheço, para os que não falam principalmente, eles são mais fáceis de se tratar.

Andei até um bar um pouco mais longe, e mais perto do meu hotel. Lá achei uma moldura no chão, não tinha quadro, nem pintura mas tinha lixo. Resolvi dar uma de artista plástico e coloquei a moldura na parede do bar mais moquifo que tem aqui na esquina do meu hotel. Achei umas fitas isolantes que tinham alguma coisa escrita, sei lá o que "defesa civil" que eu não entendia mas que me pareciam legal. Coloquei a moldura na parede, vetei uma parte da parede, liguei com uma fita longa que ficava bem ao vento e joguei um copo de vinho na parede, errei uma parte do alvo mas o resto acertei bem aonde eu queria. A parede era de sei lá quantos anos, me senti mal pelo vinho mas comprei outro depois e ao voltar achei que a parede merecia mais.

De manhã acordei de ressaca. Procuro me manter de ressaca para não me manter bêbado.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Uma Pintura dos Tempos Modernos

Uma tela dos grandes desbravadores dos mares de nossos tempos.

Os piratas somalis, homens que serão lembrados como heróis por seu povo, até que um filme em hollywood coloque algum modelo como um clandestino em um navio sequestrado, ele terá como opção morrer ou resgatar o seu amor que faz parte da tripulação sequestrada pelos selvagens e pobres famintos com religião e cores diferentes dos americanos.





Um quadro dos artistas somalis pintado por Reuters.

Guantánamo

É absolutamente surreal a discussão sobre os direitos humanos dos supostos terroristas presos em Guantánamo. Primeiro não me interessa se são ou não terroristas, segundo não me interessa o fato da prisão ser fora dos EUA, fora do sistema judiciário americano. É ter um pensamento muito pequeno considerar a prisão como sendo ofensiva a democracia mundial. Guantánamo esta localizada em Cuba, só de escrever Cuba o Google pode cancelar meu blog a qualquer momento. Cuba sofre um embargo ecônomico americano a quatro décadas, três das quatro décadas são sem nenhum motivo aparente pois considerar Cuba uma ameaça a maior potência do mundo é uma piada bem forçada. Maus tratos aos prisioneiros dirão os que lêem jornais ou assistem o William Bonner falar e falar por 40 minutos o que mandam ele falar, sério, tortura em prisões é algo de praxe em prisões do mundo inteiro, você sabe qual são os efeitos diretos de um embargo econômico em uma nação? Prostitutas fazem programas por um sapato, por pasta de dente, por camisas, a população não tem emprego pois não há movimentação economica. Países não podem negociar com Cuba, não há muitos vôos, não há entrada de capital estrangeiro, não há investimento em tecnologias e tudo isso porque Cuba é uma ameaça aos EUA. Que ameaça? Como pode o senil do Fidel Castro, agora o Google vai me bloquear na certa, ir contra o capitalismo? Jamais ele poderia se levantar da cadeira de balanço e ameaçar o sistema que prevaleceu no mundo, vide a China, virou a casaca em um instante, chinês não é burrro e garanto que os cubanos não são também. Não argumento que torturar é necessário, isso seria distorção do meu pensamento, mas constato um fato, e é fato que torturamos também assim como os americanos, como os chineses, como os traficantes, como os milicianos, como os governantes nordestinos, como tribos africanas, indios, é uma prática humana em consequência ao poder. Todos abusamos do poder quando o temos, um porteiro que demora a abrir a porta, um policial que demora a responder um chamado, um médico que decide não atender, nós humanos somos assim, com ou sem culpa adoramos torturar porque é eficaz, essa é a verdade momentânea da questão. Reclamar de maus tratos feitos a cerca de 400 detentos enquanto um país inteiro sofre a décadas é como apontar para Itaipu e reparar somente que sua cor é cinza, é difícil para mente condicionada, pela televisão e fontes de informação geridas por empresas, se libertar das modas, e a moda inclui tudo. Moda não é só aquele grupo de pessoas que desfila em uma faixa de dez metros com roupas novas e volta, existe também o objeto de pena da moda, existe a ação humanitária da moda, existe o conflito da moda, existe o conflito do individuo da moda, existe sexo da moda, existe o remédio da moda, existe a droga da moda, existe o tratamento da moda...

domingo, 23 de novembro de 2008

SCHOPENHAUER

"O que se apresenta de costume como dever em relação a nós próprios é,
antes de tudo,
um arrazoamento contra o suícidio,
fortemente preso a preconceitos
e extraído
de razões
as mais superficiais.

Só ao homem que não é,
tal como o animal,
limitado
ao presente
e deixado apenas
à mercê do sofrimento corporal,
mas a um sofrimento incomparavelmente maior,
o espiritual,
tomado de empréstimo
ao futuro e ao passado,
a Natureza concedeu,
como compensação,
a prerrogativa de poder pôr um termo à sua vida quando lhe aprouver,
mesmo antes que ela lhe estabeleça um alvo
e,
portanto,

a prerrogativa de viver não como um animal

enquanto possa,

mas também

só enquanto queira."

terça-feira, 18 de novembro de 2008

22hrs

Joaquim era filho de uma índia, chamada Marta. Estava com sede quando decidiu pegar sua faca suja de sangue, não era seu e não era de sua ex-amada e agora odiada pretendente a qualquer porcaria de companherismo. Irritado se levantou do sofá antes que Marta acordasse, sabia que ela ia ficar puta com a sujeira espalhada pelo tapete. Joaquim estava a quatro idas ao banheiro de terminar a garrafa de whiskey, Jack era sua verdadeira paixão. Decidiu não se livrar do corpo, mas sim apoiar os pés em cima de seu dorso para uma última utilidade imediata do contato. Sentiu a temperatura baixar enquanto sua cabeça esquentava, levantou e ligou para um amigo, que sabendo como Joaquim estava decidiu se juntar a ele, inveja pura. O amigo entrou em silêncio enquanto Marta roncava, riu segurando seu copo vazio. Joaquim completou o copo do amigo em troca de cumplicidade. O amigo também decidiu apoiar os pés. Tirou os sapatos sem perguntar, não perguntava mais nada na vida fazia anos. Os pêlos longos eram gostosos de entrelaçar entre os dedões do pé esquerdo. Não era mais o mesmo mas ainda havia alguma graça no ar. Parecia que haviam voltado aos tempos da escola onde corriam pela rua a procura de alguma coisa para quebrar. Só nos livros crianças procuram alguma coisa com curiosidade apenas. Não conversavam quando Marta acordou. Caminhou até a cozinha notando que o chão estava diferente, parecia que a sujeira era menos amiga naquela hora, enquanto se acostumava com as formas novas do antigo apartamento decidiu não gritar ainda pois estava sem um copo na mão. Onde estava a porra do copo? Gritar sem um copo na mão é coisa que só os desesperados fazem. Marta não era desesperada, muitos anos se passaram desde que só vivia. Caminhou até a sala e percebeu que Max não respirava, sentou-se ao lado do amigo que a aliciava quando Joaquim não estava e perguntou - Fui eu?

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Hoje

Destruído escrevo mais um dia. Hoje é segunda e como outra qualquer eu só quero que chegue terça ou o próximo nome. Preciso descansar mas o tempo passa devagar e devagar chega o sono e eu sem paciência de esperar levanto antes dele se sentar. Jogo de rima é mediocre. Chato pra caralho essa posição de esperar pelo sono. Se desse eu dormiria em um shot de whiskey. Choveu hoje e a cidade raspou toda sua craca, eu tava na rua no momento, em que uma cachoeira nasceu em pleno jardim botânico, foi lindo ver as mulheres desesperadas sem saber engatar a primeira do 1.0 diante de uma ladeira do tamanho de escorrega de crianças. Olhar tudo borrado pela água que desce pelo vidro do carro enquanto o limpador está desligado chega a ser poético enquanto não me critico de piegas, viadinho e pretendente a artista. Um lado meu fica satisfeito com minha destruição mental do meu eu enquanto outro se encarrega com a parte mais prática da coisa, este é quem assume a partir do pôr do sol. Não sei mais definir direito o que chamam de culpa, parece que culpa é o que eu chamo de batalha mental. Não sou batizado então não me interesso entrar no assunto da culpa católica, esta eu chamo de culpa dos anúncios, das revistas com páginas impressas em material de fotografia e filmes em geral. Filmes em geral me deixam de saco cheio total, outro dia assisti "Z" do Costa Gravas e gostei muito, depois entrei no site da Z communications e parti para escrever qualquer asneira contra o chamado sistema. Acho melhor batizarmos o "sistema" de algum outro nome, algo como "nós" me parece mais pessoal e mais real. No geral continuo teclando como se alguém fosse ler o que está escrito assim como quem lê poesia em algum bar acredita, a partir da segunda estrofe, que estão prestando atenção, logo que chega ao final além de tomar conhecimento de todas as possíveis mudanças que passaram desapercebidas e que agora se tornaram óbvias, para o autor e para os que ali não estão pensando nos seus próprios escritos, ele sente o ar de sua mediocridade e sorri aguardando um olhar caridoso de atenção. Estou de mal humor mas com esperança, vou para um bar. Um bar sempre deixa satisfeito meu lado prático da vida, minha constante caminhada para o fim. Seja ele da maneira que vier, eu sempre ando em sua direção, alguns dias corro, outros engatinho, mas o movimento é constante.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Feito Sem Medida

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'''''''''''''Foto de alguma coisa simbólica"'''''''''''

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"O Quadro De Minha Vida"


Um dia
pintarei
o quadro
de minha
vida
e
ao pegar
o pincel
segurarei
meu
pau.

Com
minha
divina
tinta

o mundo sujarei.

--------------------------ESPAÇO PARA PENSAR-------------------------

Ontem andei e amei
o que ontem encontrei
sem saber do outro,
que estava a meu lado
somente a escutar
sobre minhas
andanças
por esta
dança
chamada vida.

-------------------ASSISTA TV DESLIGADA---------------

Receita Para Apertar uma Bunda

1 mão
1 cotovelo
1 ombro
1 uma bunda alheia
1 um lugar
1 um olhar
2 pessoas

Vestimentas a gosto
Adicione algum elemento que cause distração
na pessoa alheia,
a menos que esta seja domesticada.
Sal em caso de pós praia,
açúcar em caso de casa
e farinha em caso de aniversário.

&&&&&&&&&& OLHE SEMPRE ONDE GOZA !!!!!!!!!!!!!!!!!

Um gavião grita?
Canta?
Pergunta?
ou só fez um barulho insuportável para produzir uma imagem muito antiga da televisão reciclada pela minha imaginação adicionada pela equação sem nexo deste argumento?
Pode-se afirmar em objetivo na natureza?
Animal é um amigo meu.
Vaca não mora no pasto
mora no meu coração.
Sabiá vale mais do que canário?
Marido vale mais do que Husband?
Amor vale mais do que Paz?
Alto vale mais do que Baixo?
A primeira palavra por ser a primeira vale mais do que a segunda só porque esta está atrás?

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Importante Para Toda Sua Vida

bbababllaalalablabbla

Toda criança
Blablabllablbablablbalblablabla
bablaabl
BBLLLLLMMMMM


No meio da vida
Jajajajajajajajajaj
jejejeje
jii.

MAS

NANANANANNANAN
nonooonnon

mummuummummmmm
Um dia te perguntarão
UUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU?
mas nunca
aaaaaaa
oooooooooo
iiiiii hih hi ih hi hi ihi i ihih ihi hh ihi

Deus talvez
got got got got got got got gog og go go gooo o

seja gay
MAMAMMAMAMAsssss.

Ontem
mimi im
yes yes yes no no no no
home.

Sempre
tutututututut
nononono
cucucu.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Esqueça a História, Atire Fatos

Esqueça tudo o que você aprendeu sobre a história do mundo após a segunda guerra mundial. É tudo mentira. O que vale a pena checar é o que os arquivos do pentágono americano dizem sobre a história. Noam Chomsky é a melhor pessoa a quem suas perguntas podem ter respostas sensatas. Não, ele não acredita em teoria da conspiração no 9/11, apesar de quase a totalidade da esquerda americana acreditar e apresentar provas maçiças. Noam não acredita por um motivo até simples, o ser humano não é capaz de guardar segredo por muito tempo. Voltando ao assunto interessante. Noam Chomsky sem dúvida é um dos maiores intelectuais vivos e seu ponto de vista sobre o capitalismo, sobre a globalização, especulação monetária, guerra do Iraque, 9/11,... são impressionantes pelo conteúdo de pesquisa realizado por ele e sua equipe do MIT, para os que gostam de uma instituição por trás de idéias tornando-as assim menos indigestas na sua cabecinha retrógrada. Amplas pesquisas em todo material divulgado pelo pentágono americano que solta a papelada toda quando esta atinge cerca de 25 anos após o ocorrido, e também por toda a mídia impressa e televisiva norte-americana. É impressionante o conteúdo manipulado pela mídia, seja ela impressa ou que pertença ao veículo que for, afinal de contas um jornal é ainda uma empresa e o que uma empresa precisa para sobreviver? Não é comida, mas é alimento: capital. Um fonte de notícias menos adulterada é o site ZNET, onde a Zmagazine é publicada online, ali é uma zona relativamente livre onde pensadores do mundo todo se reúnem para dar sua opinião sobre o cenário mundial, criticar sistemas e lutar contra a opressão imposta ao indivíduo através do isolamento. Não há mais possibilidade de nos reunirmos hoje, é preciso manter estes poucos locais restantes para o livre pensar. São uma espécie de igreja invertida, onde não há deus, não há teto e o pensamento é livre para disparar seu grito em direção as paredes que nos cercam.

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Amanhã de manhã

Não quero saber do que me falam, quero saber da onde me falam. Como chegaram até ali. É só isso. Não é fácil ter que construir a vida interia do indivíduo até o momento que o levou a construir aquele tipo de frase, "- Otimista você, não quero sundae de ovomaltine." Naquele determinado dia se torna uma tarefa muito cansativa, e só existe aquele momento para a construção, depois não adianta. É influenciado pela memória. E como chegar ao ponto em que o determinado pensador chegou àquele "a craseado". Engraçado, aquela proposição sobre a virada do tempo na consciência humana. Ela é só uma montagem nossa, não existe duração. Só temos o instante, o resto são só conceitos somados a fenômenos coincididos pelo nosso rolar ladeira abaixo da vida. E por que não ladeira acima? Porque enterrar é no chão que se faz e morte ficou sendo para baixo. Quem morre não está mais em pé. Devo escutar não o que me dizem sobre o falar mas sim o que se pensava aquele que falava, é isso que preciso me lembrar e estava esquecendo. Por que falo como um doutrinador? Só assim me respondo. Quantas coisas não quis mais fazer e fiz só por não me escutar? Quantos gritos diferentes existem em minha cabeça? São milhares de eus e todos com o mesmo nome errado, todos com as mesmas dúvidas esquecidas e repetidas, como agora, estou me repetindo. Por isso paro. Olho ao lado. Alguém me espera, sem perguntar nada. Começo a construir.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Linhas

Sentado no restaurante
o homem
viu
o olhar da mulher,
eram
os sapatos
quem
ela
olhava.

________

Ontem sorri com o lado esquerdo pela primeira vez na minha vida. Foi estranho usar uma parte de meu corpo que nunca havia tido controle sobre. Uma sensação nova, um novo elemento que usarei algum dia na minha vida em forma de conhecimento. Vou pegar ele relacionar com alguma idéia adicionar uma lei física molhada por dimensões estéticas e vou chamar de criação, o que foi uma mera montagem. Pois terei esquecido de onde vim.

________


Na coxa direita havia uma pinta

Era negra como os olhos

e falava.

Um dia me contou
um segredo

Nunca mais esqueci,
era
sobre
uma tarde.

Eu não estava
mas
aguardava.

A pinta revelou
o que eu suspeitava

embaixo
do branco teto
um lençol dançava
um travesseiro
sufocava
e ondas perfeitas
eram formadas
para nunca
mais quebrarem.

Nosso oceano
não
tem
azul.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Livros e Guerras

Ao pisar na praia o sujeito me deu seu livrinho, era pequeno e azul, bem cafona e leve. Joguei-o dentro da mochila sentindo um aumento do vento em meu rosto, amanhã vai chover, sentei na areia. Peguei o livro e olhei para ele, não com afinidade mas com desconfiança, curioso em perceber o por quê de tamanha força. Abri, uma página qualquer e percebi que uma história estava sendo contada, uma história que provocou guerras, alegrias, mortes que não são perdoadas com juras de culpa eterna. Li, era uma história como outra qualquer, tirada de uma mente qualquer, alguém sentou um dia e escreveu, saltou da cama e escreveu, falou com sua mulher e escreveu, nada além. Como uma pessoa pode interpretar palavras escritas por outro como direção certa? A cada movimento um pensamento, equacionado de tamanha agressão a tranquilidade, nasce sem saber aonde ir. Somos responsáveis por ele. Ele é como um filho que pergunta. O que revelarei a meu filho pode mudar sua vida inteira. Um som curto, grave ou agudo, tem o poder de destruição nuclear capaz de criar um vórtice infinito. Um qualquer escreve histórias, o mundo está repleto de escritores, contadores de história, para onde foi o silêncio?

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Novo Assalto

Um novo tipo de assalto está em moda no Rio de Janeiro. O assalto que virou sucesso nas principais atrações turísticas da cidade é um exemplo da criatividade humana em condições extremas. Para realizar um assalto basta obter uma única granada, facilmente encontrada a venda nos principais morros da cidade. Existe inclusive uma promoção aos interessados, pois na última vez que me ofereceram era possível se obter um desconto ao comprar uma caixa inteira. O assaltante se aproxima da vítima e ao gritar o jargão "perdeu, assalto, passa tudo" ele arremessa uma granada em direção ao turista ou ao carioca otário da vez, a vítima têm que ser rápida e passar tudo o que possui antes que a granada exploda, o ladrão que já possui a técnica joga a granada perto para que seja fácil colocar o pino de volta ao seu lugar evitando assim uma explosão desconfortável ao próprio. Até agora somente duas pessoas morreram e tiveram a sorte de ser incluídas como vítimas de balas perdidas, também do lado de lá da batalha, sim toda batalha por definição tem de ter outro lado, houve também quem perdeu seu dedo na jogada. Há, porém mais raro, um tipo de estupro que está ocorrendo da mesma maneira, para isto é necessário que o criminoso tenha ejaculação precoce, ou que a vítima seja realmente ruim de transa. Mesmo assim, ao que tudo indica ambos são novas modalidades que devem ser incluídas na questão ainda existe arte?

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

XII The Humam Abstract - BLAKE

Pity would be no more,
If we did not make somebody poor;
And Mercy no more could be,
If all were as happy as we;

And mutual fear brings peace,
Till the selfish loves increase.
Then Cruelty knits a snare
And spreads his baits with care.

He sits down with holy fears
And waters the ground with tears;
Then Humility takes its root
Underneath his foot.

Soon spreads the dismal shade
Of Mystery over his head;
And the caterpillar and fly
Feed on the Mystery;

And it bears the fruit of Deceit,
Ruddy and sweet to eat,
And raven his nest has made
In its thickest shade.

The gods of the earth and sea
Sought through nature to find this tree.
But their search was all in vain -
There grows one in the humam brain.

Blake

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Bolsa de Valores

Não posso esconder minha satisfação de ver a bolsa de valores cair, mesmo que me afete. É ótimo ver que o mundo ainda desarma qualquer tentativa de imposição brusca de um sitema baseado em idéias não concretas. Não há sustentação para qualquer tipo de crédito a longo prazo na vida. Seja uma mentira religiosa, pessoal ou de crédito bancário utilizado para alavancagem financeira, um dia a casa cai. estamos todos afetados, mas não deixa de ser cômico ver pessoas que passam a vida com todas as certezas do mundo a seu lado subtamente se verem no meio do oceano das incertezas. Simplesmente tenho um prazer sádico em ver este tipo de coisa. é muito bom observar a cara de uns ao verem explicações científicas abaterem explicações religiosas, ótimo para a saúde ver crencças populares caírem ralo abaixo e nada melhor do que ter uma certeza pessoal virar cinza ao ser queimada por uma traição, seja esta de qualquer nível que seja. Um passo em direção a evolução pessoal é dado, mesmo que não se creia em evolução pessoal, pode ser em direção ao destino também ou o seu astro resolveu fazer sexo com outro depois que o sol que nasce somente para seu bem estar pessoal passou a emitir raios ultravioletas mais próximos da lua, não me interessa. É bom ser confrontado. O confronto pessoal no nível que for é interessante para vida. Imagine uma vida sem confrontos, um mundo sem guerras, um planeta onde a vida respeita a vida. Não é o planeta Terra. Você embarcou em uma viagem lisérgica. A vida precisa queimar para obter energia. Queimar idéias, neurônios, pessoas, seres, plantas, rochas, ar.... O planeta é implacável assim como nós. A bolsa caiu, fortunas foram dizimadas enquanto novas foram equacionadas, estão evoluindo também. Daqui a três anos, ou mais, novas formas de vida surgirão, enquanto antigas contarão histórias da época de ouro sem saber que estão a beira da extinção. Reconhece alguém?

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Sexta de Manhã

Quanto mais escrevo
mais
me isolo,

não do mundo,

mas do
que
eu
era.

Não me lembro
como
gostei
de onde
estou.

Ainda passo

para apontar,
e me deparo
no espelho
com olhos
que não
são
meus.

O mijo
da esquina
um dia foi
meu
assim
como
o arremessar
do chocalho.

Mães
são mães
e amantes,

depende
da posição
no tempo.

terça-feira, 30 de setembro de 2008

É Tempo de Entorpecentes

Parei o carro no sinal e um menino cheirando cola me ofereceu um pouco, uma atitude inusitada pois nunca haviam me oferecido, aliás, sempre que alguém chegou perto com uma garrafa pet cheia de cola foi para tentar me tirar algo. Me senti compelido a experimentar o que estava sendo oferecido por meu companheiro carioca. Ao abrir o sinal e meus olhos, notei que estava causando um pequeno engarrafamento, por sorte me encontrava em frente ao Cesar Park onde um grupo de prostitutas me socorreu. Elas cobravam muito caro por uma mãosinha, beijo nem pensar, tinha areia no nariz delas. Decidi seguir a pé e caminhando pelo posto 9 me ofereceram um baseado. Não era dos melhores, mas como era a hora do pôr-do-sol e um monte de pseudocelebridades se acotovelavam para ver quem batia palma mais alto, decidi que era hora de jogar areia nos pombos. Passei duas horas fazendo isto, uma menina toda tatuada muito bonita e simpática veio falar comigo, ela falava sem parar enquanto eu escutava seguidamente suas desconexões mentais se transformarem em conexões, parecia um milagre alguns sentidos que eu dei a história. Papo vêm papo vai, começaram a emitir um som estranho como se fossem indios em uma espécie de celular primitivo, decidi ir embora coma chegada dos quadrupedes mal encarados. Nesta hora a garota me deu um quadradinho de papel, falou que eu devia mastigar ele um tempo. Eu que não tinha nada para fazer, a cola ja estava me dando uma parónia terrivel, decidi tomar o quadradinho. Pedalamos pela ciclovia inteira. Foi muito bom, atropelei quatro alemãs, dois idosos americanos e ainda de quebra vi um assalto. Assistir a um assalto muito doido é uma outra coisa, para quem nunca fez eu recomendo. Dá uma emoção que vêm formigando lá de dentro e uma vontade de gritar, me imaginei gritando, chamando a policia, indo lá rendendo o bandido, salvando a bolsa da gringa velha, mas tudo me parecia resolvido na minha cabeça então resolvi ficar beijando a garota que até agora não tinha nome. Resolvemos batizar ela, Sand. Foi o que conseguimos pensar pois estávamos na areia até aquela hora. Sendo muito tarde resolvemos passar na Guanabara, Baía da Guanabara para os que não conhecem. Entrei no banheiro e lá conheci um outro lado de todos os meus amigos, eles sorriam e falam demais. O assunto era sempre o predileto de cada um, eles. Saí do banheiro com uma necessidade imensa de falar do meu assunto predileto, eu. Falei de mim, do meu eu, dos meus trabalhos, meus ex-amores, meu eu interior e de como cheguei ali. Sand também falou dela, do ela interior, do eu que estava perdido e de toda sua infância até levar aquele momento. Ja era dia de novo e tomando chopp resolvemos andar para ver o sol nascer no arpoador. Andamos muito rápido, vários velhinhos passavam na contra mão levantando os braços ou fazendo polichinelo, eu nem sabia que polichinelo ainda existia. Chegamos ao Arpoador e encontramos uma família de hippies saída lá do Maranhão, nos deram hax, me deu um apressão baixa no primeiro tapa e relaxamento nos seguintes. Decidi escalar o arpoador. Foi muito tranquilo, mas a decida meio perigosa. Andei de volta até ver meu carro estacionado, um guarda estava parado bem em frente. Perguntei se a maquina da patrulha aceitava visa, ele respondeu que ainda não, mas que no posto aceitava. Eu não sabia porque estava pagando mas ele sabia porque estava recebendo. Segui andando, me lembrei de Sand, ela devia estar com os hippies. Olhei para trás, olhei para frente, tomei uma bala meio azeda que a sand havia me dado, comecei a encontrar sentido na vida e resolvi todos os meus problemas. Fiquei abismado ao notar como eram de fácil resolução. Estiquei o braço, peguei um taxi e segui para o Cesar Park.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Ontem

Um bar deserto em frente a lagoa. Não há muitas lagoas no mundo. Plantas ao redor nos abraçavam. Árvores que já viram grandes mudanças, pacificamente, jantavam a luz de velas. O serviço era péssimo como de costume, mas um encontro para ser perfeito não tem de ter "falhas"? Um jantar onde tudo ocorre perfeitamente é um jantar que deu errado, pois o erro marca mais na correlação da memória do que o acerto. A companhia era linda como a noite e ainda assim não tenho palavras para falar. Seria diminuir o acontecimento. Poetas sempre estão diminuindo e nunca aumentando. É fácil provar, basta abrir os sentidos. Amigos chegaram, baseados rolaram, cores clamavam e nada do garçom aparecer. Risos, tentativas de lembranças, histórias e mais histórias... Não me lembro ao certo o conteúdo, não é importante. Ficar em casa nos priva de novas cores, novos confrontos e ainda assim tudo o que queremos é uma casa confotável, que nos acolha em nossas rememorações. A chuva chegou, gritando, histérica e não comvidada, porém chegou para ficar. Saímos correndo, pois não sendo uma pessoa, como poderia ela nos seguir para todos os lugares? Uma árvore nos acolheu. Uma árvore gigante, com um enorme quintal seco, com vista para lagoa. A chuva podia ser vista, mas não nos tocar. Triste por um lado. A chuva, sozinha, mesmo com a cidade aos seus pés. Embaixo de uma árvore começamos e embaixo de uma árvore terminamos. Esquecerei desta noite agora, tenho mais uma pela frente.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Sujeito Na Janela

Havia um sujeito na janela.
Estava sempre olhando para o alto.
Não o céu,
mais para o teto do quarto.
Talvez houvesse uma t.v ali,
não parecia
mas prefiro acreditar que havia.
Um pássaro pousou em minha janela,
não sei se dá sorte ou não,
mas gostei só de encontrá-lo.
Hoje o quarto do sujeito amanheceu vazio.
Ele era calvo e usava óculos.
Me lembro dele com uma camisa listrada,
fumando,
sempre fumando.
Na janela dele não há onde pássaros
possam pousar.
O quarto está em branco,
não há mais fumaça,
nem tv no teto.
Nunca me encontrei com ele na rua.
Se eu o via
ele também podia me ver.
Talvez me conhecesse,
soubesse de certas coisas,
algumas manias,
até mesmo alguns amores.
Eu sabia o dele,
via um amor
que o visitava.
Podia não ser o real
mas o visitava ocasionalmente.
Na vida em frente
ao meu quarto,
um espaço
vazio nasceu.
Na há ninguém na janela.

Quando só há
uma pessoa
não há
ninguém.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Nomes

O que aconteceria se ao nos movermos não houvesse nenhum nome permeando o que chamamos de objeto, do uso e do alcance? Se meu "braço" não se chamasse de "braço", e sim substância, que tipo de sensibilidade ele me apresentaria? Poderia me tornar areia? Pelo menos sentir um pouco mais cada grão? Como quando queremos entrar dentro da pessoa que amamos e sabemos que não dá e mesmo assim a vontade permeia o movimento. Nenhum nome atrapalha, tudo é lembrado sem estar na frente, todos os tempos se apresentam em um toque que é apenas um "verbo" se desejarmos nomear. É o tempo que faz a nossa substância? Com o tempo as palavras perdem sua força e outras ganham, já estava crescendo mas tem seu tempo também. Infelizmente. O tempo é devagar. O tempo pode ser mais devagar basta tentar. Ao contar uma história, as palavras comprimem todo um mundo, e só nosso interior sabe a magnitude vivida, esquecida. Representada agora em um plano qualquer ao sujeito qualquer que está em qualquer frente. Nomes, esse era o ponto. O ponto de partida esquecido pelo tempo e suplantado por este lugar. Aonde estou agora? Esta é a pergunta que vai levar a causa do futuro agora. E lá nomearei o que estiver acontecendo, limitando minha experiência conscientemente. O nome desse ato é Vida.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

O que se pode fazer?

Um jornal ganha dinheiro vendendo jornal ou com publicidade? Vender jornal dá prejuízo, publicidade gera receita. "Gera receita" uma frase ótima, todo mundo gosta de falar, principalmente se for relacionado ao próprio negócio, mas o que acarreta nas notícias que chegam aos leitores? Se meu público é composto de uma elite financeira no país que tipo de notícias eu devo me empenhar visando agradar meus consumidores? Uma boa cobertura do paronama econômico mundial, algumas páginas dedicadas aos movimentos realizados pelo governo, é importante nunca demosntrar quem está por trás das movimentações, é tudo sempre culpa dos políticos, nunca, jamais um empresário dá ordens a um político esfomeado, não isso não acontece, todos que possuem negócios os possuem de forma legítima. Pois se eu tenho um jornal em que meu público é o público que compra os produtos classe A anunciados em meu jornal, produtos esses fora do alcance da maioria da população, que nem acesso ao meu jornal têm, eu seria ingênuo de publicar qualquer matéria que atingisse uma parcela de meus compradores, estes são de número pequeno, porém detentores do poder de compra, além disso parte do seleto grupo social que anuncia em meu jornal. O que posso eu realmente falar? Vou poder colocar uma matéria explicando como a fábrica da Fiat influencia a vida de uma cidade inteira, desde suas comemorações até a formação familiar, sem contar obviamente a escolha do corpo público da cidade, antes de um lançamento automobilístico que irá comprar páginas e páginas de meu jornal, de minha revista que considero revolucionária, minutos de meu telejornal? Não, nunca, seria demissão imediata do editor. Existem repórteres que ainda são livres? Sim, os que estão desempregados. Ao ingressar no sistema vigente os que chegam lá no topo o conseguem caso já possuam entranhados em suas almas a verdade autorizada a se dizer, a história que pode ser contada, os números que interessam serem revelados. São números falsos, verdades que nunca foram verdades e histórias que parecem apontar para o leitor e os chamar de burros a cada manhã. Quem não se sente deprimido ao ler o jornal de manhã? Quem está por trás das decisões, o resto só sacode a cabeça e olha a fumaça do café subir em espiral. O que se pode fazer?

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Washington

Washington é o nome do rapaz que eu contratei para alegrar aonde quer que eu esteja. Washington joga bolinhas para o alto no sinal. Por cinquenta reais Washington se tornou exclusivo meu. O acordo envolve ele jogar bolas de tênis sempre que eu parar em algum ponto da rua, não estarei de carro óbvio, afinal como Washington me seguiria? Tenho andado meio insatisfeito com o mundo a minha volta e resolvi fazer algo para mudar a situação, criar empregos, algo informal que dê para eu sonegar imposto em comunhão com alguém sem poder de barganha. Não possuo departamento de Rh e ando rápido. Washington não reclama nunca é impressionante, eu que tenho todas as condições favoráveis em minha chamada vida, reclamo o tempo inteiro. Washington já deixou cair as bolas. Eu dei muita confiança e Washington mostrou que não está preparado para um cargo mais independente. Certa vez presumi que não precisava avisar toda vez que iria parar, pois havia julgado que a essa hora ele já havia entendido como eu funcionava , mas Washington demonstrou que não estava preocupado em "aprender". Pelo contrário, tentou diminuir o espetáculo ao qual eu tinha total direito. Duas jogadas a menos e não passou a bola por trás da cabeça em um movimento circular contínuo. Ao invés, passou por baixo das pernas, que é um truque de segunda categoria, explicitamente posto fora do espetáculo em nosso acerto contratual. Washington sabe ler e escrever. Não que precise para o trabalho, mas perguntei durante sua entrevista de emprego. Hoje de manhã estava andando e ao dobrar uma esquina senti que não havia mais ninguém me seguindo. Gostava de estar sendo seguido, por mais estranho que pareça dá uma sensação de segurança, mesmo sendo uma pessoa a qual eu não faça a menor idéia de onde vem nem para aonde vai. Em uma feira Washington sempre passava correndo em um determinado momento com alguém correndo logo em seguida, eu sempre acertava o que vinha, era uma velhinha que logo tossia e se cansava. Era muito divertido. O policial chegava logo depois e eu apontava para Washington que já sabia o que lhe esperava, uma pistolada na costela. Washington não achava graça enquanto eu ria e lembrava a ele de que eu estava parado. Foi uma semana maravilhosa. Washington desapareceu. Acho que mudou de bairro. Agora procuro um bebê para alugar. Andar com ele no calçadão, ir a praia e fazer algum programa de pai, você conhece alguém que alugaria um filho?

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

1 Minuto

O sabonete acabou. Sempre me espanto. Também não me lembro de ter deitado na cama,
mas meu cheiro está lá. Quem arrumou todos os meus livros? Olho uma paisagem diária. Está sempre diferente, é assustador. Não são mudanças como nos filmes, mas sim como na vida. O astrólogo vê mudança e seu telefone agora vibra, mudou ou não mudou? Pessoas dentro de carros parecem infinitos bonecos, não têm vida porque passam muito rápido. Se sigo uma, com meu olhar, dou vida. Nasce um João de Pirinópolis, pela primeira vez no Rio de Janeiro, sua mulher o espera no restaurante recomendado pela Lourdes mulher de Otávio, melhor amigo de João, o restaurante se chama Iemanjá, fica logo ali no Arpoador, espero que não seja assaltado. Passa uma gaivota, gosto de pensar que é um Albatroz, o nome soa mais poderoso, pra onde elas vão? Tomara que não atirem nelas, alguém sem dormir a dias poderia fazer isso sem nem se lembrar ao acordar. Acho que erraria. Sim, erraria. Uma bunda passa rápido, está falando alguma coisa, não entendo nada. Aonde ela vai? Quantas pedras portuguesas tem aqui nesta calçada? Vários montes, batidos e alinhados. Há quanto tempo está ventando? Dá pra medir o vento? Não me preocupo com a velocidade, mas sim seu tamanho e para aonde vai. O vento é um corpo que passa? Quer ir à algum lugar.

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Edna

Independente de qualquer coisa, Edna sempre teria a casa para arrumar. Pensava assim todos os dias de manhã quando acordava arrependida. Olhava a sua volta e pensava que o espelho estava errado. Edna colocava primeiro o pé esquerdo no chão, era algo incontrolável, não conseguia se conter e por isso sofria em silêncio. Era dramática. Sabia disso e se orgulhava de sua culpa. Pela noite podia ouvir música vinda do prédio de trás, não gostava do que ouvia, não entendia as palavras. Ficava extasiada com a vida noturna, imaginava pessoas sorrindo, a cidade iluminada e seus carros de luxo. Edna estava com a casa toda arrumada, olhava do canto da sala, em pé no canto. Silêncio rompido, dava um gostinho de sereno bem no meio da sala. O tom de bege fazia Edna se sentir mais antiga do que era. Estava pronta para sair, sempre esteve, não importava a hora do dia. Dormia com batom. Seus olhos brilhavam naquela noite, queria sair de qualquer jeito e hoje estava se prometendo que iria. Fazia quanto tempo desde a última vez, ela se perguntava e quanto mais procurava mais escuro se tornava o bege da sala. O frio da cozinha vinha da luz. Silêncio. Edna olha para o telefone pendurado, seu fio longo, enroscado, está um pouco sujo mas combina com o azulejo azul. Olhava as linhas brancas torcendo para um toque assustá-la e nada acontecia então passava seus olhos violentamente pela parede, suas mãos apareciam no seu campo de visão e a cozinha estava se tornando mais escura agora, apagou a luz e saiu. Apagou a luz da sala e o corredor um pouco perigoso era o único caminho. Um dia caiu por causa daquele velho tapete, o piso era de tábua corrida encerado dia sim, dia não. Jamais retiraria o tapete dali embora pensasse todos os dias, era como o pé, um segredo só seu que a fazia rir de suas próprias manias, como se fossem elas que a faziam ser o que era. Apagou a luz do corredor e chegou ao quarto. A cama era florida, bordada com babado, quente antes mesmo de se deitar. Edna olhou uma última vez para fora do quarto com esperança e olhou para o silêncio. Dentro do quarto havia um calendário. Edna olhou para ele, já deitada, e viu o que já sabia, sexta-feira.

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Will Self


"Reading my books is having a far more intimate relationship with me than having a relationship with me." - Will Self

Nesse link pode-se ver várias fotos do escritório do escritor, chequem lá:
www.will-self.com/writing-room

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Verdade ou Mentira?

Sinal vermelho. Vejo de cima. Três carros alinhados, seguidos por outros três e assim sucessivamente por mais 4 filas. Sirene uma ambulância se aproxima, vem em alta velocidade em direção ao aglomerado de carros. Nenhum carro se move. A ambulância chega até o aglomerado, freia bruscamente. Nenhum carro se move. O motorista da ambulância abre sua janela, a senhora do carro em frente desliga o celular. Batidas de mão na porta da ambulância, é o motorista em um desespero profissional. A mulher do carro em frente anda 40 centímetros para frente, agora o outro carro anda 40 para frente, mais alguns segundos e a mulher andou 80, a ambulância 90, está com a ponta entre os dois agora. O motorista buzina. Pessoas na praia começam a para de andar, todos estão parando. Olham indignados, começam a acenar. Uma força conjunta de consciência começa a se mobilizar. Um estado de sintonia começa a tomar conta de todos do aglomerado e através de olhares, pequenos gestos, aceleradas e indicações via lataria, todos começam a se mexer. Menos um taxi. Um último carro separa agora a ambulência da liberdade, da emergência e finalmente da vítima. O táxi não se move. Ele está ali, apesar de gritos, batidas na lataria, acenos, pedidos calorosos de pedestres. Nada o faz se mover. O motorista da ambulância agora parece realmente desesperado, talvez seja verdade dessa vez e realmente há alguém morrendo ali dentro. Morrer dentro de uma ambulância sempre me pareceu mais dramático do que esperando. O taxista abre a porta do carro. Todos se param, estão todos à volta imóveis, pois qual poderia ser o motivo? Que tipo de argumento um ser humano é capaz de criar para impedir a passagem de uma ambulância? Que tipo de monstro vive ali, dentro daquele táxi? O taxista abre a porta com uma certa velocidade, está furioso todos presumem. Se levanta rápido e aponta para fente do táxi em direção ao alto, todos olham e alguém está olhando de volta. Uma câmera que registra avanços de sinal. Todos buzinam e em meio a tudo a sirene é desligada. Silêncio.
O mar volta a funcionar, todos voltam a andar,
a ambulância
pode ir,
agora sem
pressa.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Almoço

E tudo
o que se quer
é justamente
a possibilidade
de não se querer?

Na medida da palmeira
as folhas sobresaem toda a velha guarda,
porteiras da virtude,
carcomidas pela podridão
de se ser só
no esquecido
deste presente
mundo.

Não há reino
do antes.

Tudo o que há
se formou no agora.

Agora me debruço,
vejo,
cheiro meu braço,
não sinto
nada.


O medo de pensar me assombra
e floreio
o falar
em busca
da famosa "paz",
odeio sua existencia,
tudo
o que
quero
é o
não querer.

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

George Orwell

Britânico
Morto
Autor.

Este que foi um importante pensador da sociedade contemporânea, agora se mexe no caixão com seu diário sendo publicado online, página por página, dia a dia como se fosse escrito em tempo real.
George Orwell previu um mundo sem privacidades, vigiado pelo "Big Brother", daí a criação do programa que degrada o ser humano e que tem seu expoente no Brasil, pois em nenhum outro país do mundo a franquia Big Brother fez tanto sucesso. Assistir pessoas escovando os dentes ao vivo é um sucesso no país do futebol.
De acordo com o pensador francês Baudrillard, também morto, é uma superação pessoal para os medíocres assistir a algo mais medíocre que a própria vida, isto gera em consequência uma satisfação pessoal com a posição ocupada no mundo.
O primeiro Blog póstumo da internet está no ar e começou em grande estilo, para alguém que previu a falta de privacidade nada mais irônico como desfecho final ter seu diário publicado online em tempo real.
O Blog ficará no ar por 4 anos, com textos escritos entre 1938 e 1942.

Aqui vai o endereço:

www.orwelldiaries.wordpress.com

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

4:00am

Me encontro sozinho em meu quarto. São quatro da manhã, segunda-feira. Silêncio total. Um cano de descarga passa estrondoso como um trovão, uma angústia nasce a meu lado. Posso sentir, bem aqui, ao meu lado, ela rescosta sua cabeça em meu braço que se arrepia. O ruído vivo vai se distanciando, parece entrar em um túnel do espaço suposto pelo meu imaginar. Sem me dar conta o silêncio entra novamente e paro de respirar. Um segundo. Nada...
Nem um movimento. Me sinto suspenso no ar, sem coragem de interromper, sem força para pensar, estou só.
Um som quebra esta eternidade passageira, e estou de volta. Idéias voltam a me assombrar, pensamentos antigos ressurgem sem nenhuma explicação, posso inventar qualquer relação que eu quiser para meus pensamentos ou para o que acontece a minha volta, mas sei que é uma coisa infantil. A arte infantil é feita desta maneira. Para alguns é uma religião. O gole engasgado durante o mau pensamento é um presságio do mal. Infantil é o que chamo hoje. Não ontem.
Um pensamento cai como uma folha cambaleando a espera de um sopro que à eleve de volta à ávore vizinha. Se minha vida terminasse aqui e agora, segunda, 4:00am, o que seria do mundo? Não sei o que seria de mim, nem dos que me cercam. Sei que haveria uma certa aporrinhação com procedimentos legais ou materiais em relação ao meu corpo, mas pergunto qual seria a real diferença? Como alguém pode saber que neste exato momento eu me encontro aqui, acordado?
O mundo continuaria. O sol jamais interromperia seu caminho. Pássaros cantariam. Carros cheios de traficantes continuariam a passear pelas ruas da cidade a noite. Em algum lugar uma transa começaria e outra terminaria. Ninguém jamais saberia.
Um segredo meu e da vida.
Amanhã não interessa se alguém vai bater a sua porta ou não, mas e agora? Um ataque cardiaco, um aneurisma cerebral, um tropeço no banheiro, um escorregar ao levantar, um simples engasgar, famoso em bares e restaurantes porém sorrateiro em ambientes solitários. Um átimo e o blackout total.
Sinto meu lençol tocando a ponta de meu dedão, ele puxa um pouco para direita o pé direito, reparo em sua pirâmide formada pelo meu pé, me lembra uma vela, branca como nos barcos. Quer brincar de cócegas. Escorrego meu dedo ligeiramente pelo lençol e sinto um prazer na maciez. Agora minha mão é quem me chama ela escreve e sua um pouco, bem pouco, mas levanto-a para enxugar e vejo minha cadeira. Ela me implora para eu sentar! Como está sozinha e sente frio. A mesa não fala com ela, é séria com seus papéis e documentos. O computador ameaça ligar a qualquer momento, sem o meu comando, joga sua independência no ar e sua jovem arrogância.
Tudo fala. Posso ouvir com minha pele e ver com meus ouvidos.
Objetos querem andar, tem ânsia pela vida.
Escolhemos escutá-los ou não. Podemos passar a vida toda preocupados com nossos pensamentos ou simplesmente escolher escutar.
Para nascer de novo basta um agora.
Somos todos grávidos
em meio a nossas
gravidades.
Apago a luz,
escolho o silêncio,
já é tarde.

Dou boa noite e
ninguém me responde.

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Votação Secreta?!

Como é possível que haja uma votação secreta na Câmara dos Deputados? Ou no Senado? Ou em qualquer tipo de Orgão público? É inconstitucional e herança da famosa Ditadura, com D maiúsculo pois alguns não sabem que aconteceu aqui no país do samba. A capital do país é no meio do nada, um plano atrasado e completamente surreal, hoje na era da informática, projetou uma capital longe dos olhos da população e de sua revolta. Como se criar uma manifestação contra algo que ocorre ou ocorrerá no Senado hoje ou amanhã? Não há, é perfeito.
Longe de Brasília, na Assembléia do Rio de Janeiro, neste exato momento está sendo julgada a cassação do Deputado Álvaro Lins, aquele que exigia 25 000 reais de cada delegado nomeado por ele, mensais e claro isentos de impostos. Só paga imposto quem não tem como sonegar, um orfão talvez e sem conhecidos ou advogados por perto. Um orfão que more na Ilha Fiscal, pronto, talvez este indivíduo, caso exista, não sonegue impostos. Eu sonego. Acabei de comprar um café e não exigi nota fiscal. O português colonizador, que veio nas caravelas, surdo, me gritou após o pagamento - Sai um Café, Chico! Próximo. Amassou a notinha e jogou no lixo empapuçado de tantas notas.
Empapuçado de notas é a imagem do ex-governador Anthony Garotinho. Dizem as más línguas, amigos do Lins e do Garotinho, que Lins era muito amigo da Rosinha, brincavam de casinha e de vez em quando de médico só para variar o pai nosso de todo dia. A Alerj é o palco da votação secreta realizada pelos deputados cariocas. Eles decidirão em blocos, ou seja, cada partido decidirá um voto em conjunto e portanto valerá como um só voto. Este tipo de processo retira automaticamente qualquer tipo de responsabilidade individual sobre o voto escolhido. É absolutamente surreal que um Deputado, um funcionário do povo, não se responsabilize por uma escolha onde seus resultados implicam diretamente sobre o modo de vida da população.
A polícia corrupta não tem uma explicação de assim ser somente em sua baixa renda, este é um fator, mas o que dizer da polícia Federal? Não há corruptos nela também? Recebem bons salários. Um delegado federal buscava uma mula de jóias diretamente no avião, não chegava a passar nem mesmo pelo corredor da alfândega, notícia do mês passado. Em um caso recente um conhecido recebeu uma proposta, antes de passar pelo raio-x, ganhou um cartão do policial federal, pagou 200 reais ali mesmo no corredor e ganhou um salvo-conduto para utilizar sempre que necessário. É isso o que está sendo votado hoje, um salvo-conduto. Lins obriga delegados a pagarem 25 000 reais mensais, policiais extorquem propinas da população, deputados pedem a Lins garantias dependentes de resultados. Um salvo-conduto que os livre de qualquer problema mais grave, nada como ter uma mãozinha da polícia em época de campanhas. Lins garantia em gravações o controle de currais eleitorais.
E tudo protegido, portas fechadas, a justiça de olhos fechados. Não porque todos são iguais perante a lei, mas sim porque alguns decidem o que é a lei e cabe ao resto aprovar sem ver nem ouvir o que se passa.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

domingo, 10 de agosto de 2008

The Clod & The Pebble - Blake

"Love seeketh not itself to please,
Nor for itself hath any care;
But for another gives its ease,
And builds a Heaven in Hell's despair."

So sang a little Cloud of Clay,
Trodden with the cattle's feet;
But a Pebble of the brook,
Warbled out these metres meet:

"Love seeketh only Self to please,
To bind another to its delight;
Joys in another's loss of ease,
And builds a Hell in Heaven's despite."

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

A Dream That Walks

A noite sabemos o que acontece durante o dia, é nessa hora cheia de sombras que voam as idéias feitas noutra hora. É estranho saber que existe hora de chegada, nem sempre é assim. Acontece que a hora nasce cada dia em uma hora diferente. E o que queremos é relacionado à algum sentimento recente de nosso corpo. Seja mental ou físico.
Sem mais nem menos me encontro em um bar cheio de amigos, ou pessoas consideradas conhecidas e enquanto olhava a temperatura ia caindo, e alguma risada diferente começava a nascer. O som estava começando a dança o corpo sozinho mandava de dentro para fora. o quê? Não sei agora, mas na hora sabia. Somente uma cor em todo o som. Me viro e a luz se prolonga agora.
É um momento de decisão, decisões importantes que te levarão a não se mexer. Preciso decidir pelos próximos dois intermináveis segundos.
Ando com um chão diferente a minha frente, na maior parte é preto mas com seus canyons, baixos e assustadores. Sons me fazem olhar para o alto e em pernas sem toque me apoio para subir. Sem as mãos cumprimento passando pelas sombra colorida de suas blusas borradas de limão.
Som próximo, mãos te encontram e gestos te provam que a vida existe. Cigarros estão sem graça de serem o que são. Batom vermelho, branco de roupa, contorcido o tronco que se mexe e dança. Mãos com dedos pintados. Cores e cheiros.
Som do engraçado que enlaça te laça.
E no mesmo lugar de onde não saí, estou.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

O Belo na Música

Nina Simone - Ain't Got NO... I've Got Life

Music Free of Any Elbow Pain!!!

Conteúdo raro.
Cuidado pode provocar mudanças em seu comportamento futuro, não escutar caso deseje permanecer no mesmo ponto da vida.

domingo, 3 de agosto de 2008

Material Impróprio - Cuidado!

Falo hoje sobre um sonho de ontem.

Suas cores passaram do preto ao branco sem perder uma só mudança, mas com liberdade de misturar e voltar, subir descendo para dançar o se perder.

Estou parado em frente ao penhasco,
é ele,
eu o conheço de vista,
o vento sobe devagar minha pele,
o mundo estava sendo inundado por ar.

Miro o fundo, e vejo meus olhos brancos, refletem a luz solar enquanto são secos pelo toque do mundo.
Me preparo para pular.
Há grama sob meus pés.

- Como pode haver grama se estou em casa?

Lá embaixo eu não sei o que há. Em cima eu conheço tudo. Me abaixo só um pouco, imaginando minhas pernas se tornando uma espécie de molas, elas adoram se fantasiar, são crianças tentando ser adultos.
Estou subindo com mais velocidade, pés ainda no chão, passo pelo ponto médio e nesse momento escuto um chamado:

- Beaumont!

- Beaumont. Beaumont...

OLho para trás e vejo todos que passaram por minha vida, importantes, esquecidos relembrados, figurantes, potenciais amores, sons, letras, imagens conexas e desconexas.

Me viro para o penhasco,
ele não está mais lá.

Não há mais nada em minha frente.
Todos se foram,
não há mais ninguém há minha volta e meu nome
voltou para casa.

A inspiração das três horas da manhã não espera você acordar.

Ela está ali, agora,
nunca no depois
e nunca
no antes.

quinta-feira, 31 de julho de 2008

- Eu te vejo, Tempo.

Qual a medida do tempo?
Horas é o mais mental possível que uma pessoa pode responder, lógica alemã. É relativo? Como na história em que o tempo passa devagar com uma mão na frigideira quente e rápido quando estamos com a pessoa amada. É só isso? Além da história de que o tempo passa mais devagar quando viajamos para o espaço, o que mais que há? Dias, meses, anos definitivamente não correspondem bem ao que denominam.

Há certos dias da vida em que uma curva surge no meio da reta, as horas vão passando pela janela, tentamos contar algumas mas nos desanimamos quando elas parecem ser sem fim. Uma curva vem chegando e antes de entrarmos nela já começamos a nos virar um pouco, há sempre aqueles que deixam para o momento final e ainda aqueles que decidem ir reto. Continuar a reta sobre a curva e sobre o que vier depois, nem que sejam obrigados a construir viadutos gigantescos para isso.
O tempo de virar é diferente para todos, assim como o tempo de vida. Ninguém vive o mesmo tempo que alguma outra pessoa. Todos tem uma experiência única, mesmo quando tentam ser únicos, que não pode ser intimamente compartilhada mas que se torna macia como um abraço carinhoso ao se identificar com algum semelhante.

Dias foram subdivididos em horas, como nossas vidas foram subdivididas em etapas. Nada mais vulgar e rudimentar do que determinar etapas gerais para uma vida, visões resumistas que ignoram um mar de acontecimentos e diálogos não só com humanos mas com o todo que nos afeta.
Sim objetos podem falar, mesas também sabem sorrir.
Um sapato sozinho é tão triste quanto um cadarço orfão.
Uma toalha molhada é amarga.
O mundo não se utiliza só de palavras, ele amplia estas palavras e se apropria dos sons, assim como o tempo se apropria de nossas sensações, sim o tempo pode se apropriar das sensações e não ser um clima-tempo, basta olharmos como há dias em que um passo é um deitar-se em pé, pensamos em mundos inteiros, vidas, histórias antes do outro pé chegar ao chão. Esse dia passa, simplesmente passa.
Há também dias em que não pensamos em uma só coisa, até sermos interrompidos, só há solidão acompanhada hoje em dia. Esses dias são coloridos, o ar se torna substância densa, pássaros viram aviões perfeitos, asfalto tem gosto de cinza arenoso, seco como a poeira, nos encontramos vivos, sem dizer nada, somente escutando. Cheirando com a pele e ouvindo com o nariz. Olhos às vezes podem atrapalhar criando associações, mas podem ser treinados.
E tudo isso cabe dentro do tempo, mas definitivamente não pode ser aprisionado dentro de horas, meses, anos ou etapas. Simplesmente se nega e nos mostra todos os dias como inventamos estar certos.

domingo, 27 de julho de 2008

Perfect Couch

When you see it
doesn't look
right.

Suddenly it
approachs
you

and
Even the
thoughts
get scaried.

The tip of the finger
"got a thing going on"
Every body knows
how to get lost
discovering
the known.


- Mother I miss you.
feel freely
without words
'cause they
are old


The train passes,
as the plane.
The bright
light
and the reptile
skin

Black without
nothing
empty white
warm
brown

people are passing
and
here
am
I.

sábado, 26 de julho de 2008

terça-feira, 22 de julho de 2008

Curral Eleitoral Wireless

Você sabe o que é um curral eleitoral?
De acordo como dicionário brasileiro de corrupção significa: Recinto destinado, nas cidades, a hospedar, alimentar e recrear o eleitorado do campo, trazido por facções políticas. Cada comunidade do Rio de Janeiro é considerada um curral eleitoral. Quantas comunidades existem? Dentro dessa linha de pensamento só existe uma disputa real nas categorias superiores a uma área chamada de comunidade, ou seja, somente entre Prefeitos, Governadores, Senadores e Presidentes é possível a existência de uma real disputa. Vereadores e deputados estão restritos aos votos realizados pelos moradores de seus currais, sejam eles moradores de Ipanema ou do Morro dos Cabritos. Em uma disputa pelo cargo de prefeito, qual a chance real de um morador de um curral convencer o morador de outro curral a votar no seu candidato? Errado, vacas não falam. Não notou que é cada vez mais incomum um local público destinado ao lazer entre moradores de diferentes currais? A visão de um curral eleitoral sobre um candidato é a mesma de outro curral?
Não, são locais diferentes, mundos diferentes, são praticamentes países com línguas diferentes. O governo está agora apostando na educação a distância, é ótimo para áreas com difícil acesso. O argumento principal é o custo reduzido. Elimina-se a escola, o professor, e o material é cada vez mais barato. Elimina-se o professor...não há algo estranho aqui? Significa que o professor é virtual. O governo está a cada semana fazendo novas investidas contra a imprensa, ele e a Igreja Universal. O governo será o professor assim como o pastor é o mensageiro. Já é possível imaginar o que será permitido ensinar e o que não será permitido, acredito que essa categoria será um pouco maior, mas talvez seja só um pressentimento.
"A história é escrita pelos que a escrevem" disse Churchill.

Já abriu um livro de história editado pelo governo LULA?

Assim como nas escolas americanas a Amazônia não pertence ao Brasil, erro este divulgado, protestado pelo governo brasileiro e ignorado pelos americanos. Quem inventou o avião? Santos Dumont, errado, para o resto do mundo foram os irmãos Wright. Em quantos filmes Buenos Aires é citada como a capital do Basil?
Nossos moradores dos currais, eleitores do amanhã, terão uma cabeça apta para um pensamento independente? Quem é mais fácil de se governar, o que sabe mais ou o que sabe menos? Se eu estou no poder, me interessa que obtenham informação a ponto de questionarem meus métodos, minhas decisões e escolhas?
Será a internet uma ferramenta para a expansão do pensamento ou restrição?
Nos EUA é permitido a monitoração de mensagens eletrônicas, a maioria considera os EUA atual como um país com pensamento retrógrado mas e quanto a Suécia? O que você pensa da Suécia, país avançado, primeiro mundo, considerado a pole position do mundo. Todo mundo tem que gostar da Suécia. Acabou de autorizar a fiscalização do conteúdo de todas as mensagens eletrônicas do país. Lamento.
Custo baixo, segurança nacional, globalização de investidores..., seja qual for o nome uma coisa é garantida,
o seu descontrole sobre o controle.

domingo, 20 de julho de 2008

Trinidad e Tobago aqui vou Eu!

O candidato evangélico Marcelo Crivella é o líder em uma recente pesquisa divulgada pelo jornal O Globo, Crivella obteve 23% das intenções de votos, Crivellla só perde para ele mesmo, como oposição a si ele obteve 29% de rejeição dos eleitores. É um dado muito favorável a criação de debates políticos em todos os botequins cariocas, porém a verdade é que o Senador Evangélico está na liderança. O Rio de Janeiro acaba de completar 4 anos de abandono total, após uma frustada tentativa de se candidatar a presidente, pelo prefeito césar Maia que acabou abandonado politicamente e decidiu jogar tudo pro alto, largou a cidade e passou a gerenciar somente licitações e contratos, área mais lucrativa da política. Apesar de apaixonado pela cidade as eleições sempre me fazem sonhar com uma mudança. Assim como quando a Mega-sena está acumulada e discorremos sobre o que faríamos com o dinheiro do prêmio, no período de eleições começo a sonhar com algum lugar novo para morar. Garotinho e Rosinha já provaram que os evangélicos são feitos de muito grito e muitas Ongs, faturaram milhões. A visão da obra inacaba de despoluição da Baía da Guanabara é a oitava maravilha mundial de desvios de verbas, além de cara é totalmente ineficaz, o juiz Nicolau treme de inveja cada vez que alguém volta do Rio de Janeiro e passa pelo canteiro de obras. Evangélicos são extremamente preconceituosos, uma vez dentro de algum culto passam a negociar somente entre eles, ignorantes em absoluto com sua visão excludente de qualquer outra possibilidade sobre a realidade em que vivemos, já tentou conversar com algum sobre a vida? Ele simplesmente começará a rir e a imaginar você ardendo em uma fogueira no inferno. Que tipo de reação devemos ter ao ver um evangélico falando a um paraplégico que a fé vai curá-lo e consequentemente o referendo das células-tronco não deveria ser aprovado? Evangélicos e Católicos protestaram contra a Lei da Homofobia. O candidato a prefeito com maior intenção de votos é um representante desse grupo de pessoas. A pequisa divulga um alarmante número de pessoas que concordam com as atitudes e pensamentos deste grupo auto-intitulado religioso. Um desespero começa a tomar conta de minha pessoa, sem nem mencionar que em segundo lugar está Jandira Feghali, J A N D I R A! Só me resta seguir baleias junto ao Green Peace. Será que um apartamento em Trinidad Tobago é muito caro? Já tem o Jeep tour por lá? Não seria uma má idéia... ricos adoram se vestir como Indiana Jones e fazer safari fotográfico sobre miséria, parecem japoneses em países da Europa. Por enquanto tudo o que posso fazer é juntar moedas pois se o Crivella assumir a prefeitura vai ser uma caça as bruxas, voltaremos ao tempo medieval e o Rio rumará ao bicampeonato do abandono. Juntem moedas, são armas eficazes para se despistar evangélicos, o dízimo é obrigatório, consequentemente eles são obrigados a aceitar. É época de olimpíadas, treinem arremesso de moedas, joguem para um lado e corram para outro, eles só consueguem olhar para um lado. Boa sorte para todos, seja lá o que a população quiser.

sexta-feira, 18 de julho de 2008

São Beaumont

Sexta-feira é dia de São Beaumont.

Declaro feriado Humano toda sexta-feira.

Devido ao feriado declarado por minha entidade estou impossibilitado de me expressar.

Incapacitado momentaneamente de discorrer sobre qualquer matéria.

Declaro proibido qualquer tentativa de conectar letras visando a formação de simbolos linguísticos.

É terminantemente proibido qualquer tipo de expressão.

Hoje é dia de escutar,
só isso.

Então por favor silêncio,
silêncio acompanhado,
silêncio solitário,
silêncio amigo,
silêncio paz,
silêncio.

só isso...

quinta-feira, 17 de julho de 2008

O Belo na Música

Gostaria de convidá-los à apreciar algo belo. Há uma entrevista antes da música, é o autor quem fala, Leonard Cohen, que conta uma história sobre o tempo do Chelsea Hotel, um tempo passado, vivido por ele, Allen Ghinsberg, Janis Joplin, há uma referência ao Bob Dylan na música e muitos outros. Discorre também sobre a situação ocorrida ao falar de Janis Joplin para um repórter. Muito interessante é notar a humildade dele ao admitir sua arrogância de jovem e a resposta dada pela Janis Joplin, bem a altura de uma mulher madura, em outro tempo da vida. Existem pessoas mais evoluídas e pessoas menos evoluídas, basta olharmos para o nosso passado e poderemos ver, caso tenhamos a habilidade, claro, uma distinção em termos de evolução ou involução. Podemos nos tornar mais seres humanos com o tempo. Isso implica em um respeito ao tempo, tempo da vida, do mundo que nos cerca, escutar o que ele nos fala. Escutar, por sua vez, implica em uma tranformação imediata do que somos, permacer de uma maneira, em um modo constante, é o mesmo que estar morto. Ser igual a dois anos atrás, significa estar morto por dois anos.
Rufus Wainwright escuta a música de Leonard Cohen e o mundo ao seu redor, ele a trata com respeito, respeito de um ser humano. Uma interpretação magnífica.
Observem o convite ao mundo de Leonard Cohen e um ser humano que com respeito o aceita. Aumente o volume, Eu, Deus do Material Impróprio, garanto uma música de qualidade.
Rufus Wainwright - I´m your man by Leonard Cohen

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Hoje..., Amanhã?

Não recomendo o Rio de Janeiro para ninguém que queira visitá-lo, não estamos em guerra, isso é óbvio. Guerra só existe quando declarada oficialmente. Estamos em um estado de letargia, queremos que a questão seja resolvida, mas ao mesmo tempo não queremos realmente. É necessário o corrupto, por mais contraditório que isto soe, afinal todos tem uma necessidade como homens modernos de doar algo em vista de apaziguarem seus desejos de redenção. O corrupto faz a parte dele na sociedade, ele é o encarregado de desviar recursos de qualquer caminho que seja. O que aconteceria se todos os recursos fossem empregados de maneria correta? Simplesmente a sociedade como conhecemos acabaria. O formato atual seria extinto. Ninguém quer que isto aconteça, lamento, mas é assustador até mesmo para o mais liberal. Baudrillard expôs isso de forma brilhante em seu livro "Telemorfose Total". Agora estamos com várias questões, queremos realmente uma mudança? Estamos dispostos a mudar a estrutura de nossa sociedade como um todo? E quanto a uma mudança em nós? Uma mudança radical na vida, "simplesmente mudar de direção", possuímos essa força de fazer sem qualquer adversidade externa?

Enquanto não decidimos, relaxe, pegue uma cerveja, um vinho, abrace sua namorada e assista ao vídeo, porque o que acontece na tela é tão longe...

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Material Impróprio - Cuidado!

Descobri que não se pode usar a palavra "Viva" em conjunto com "Revolução" em um marcador.

O google acabou de me notificar, talvez eu esteja me tornando uma ameaça a esta empresa avaliada em mais de 50 bilhões de dollares, será?

Estará o Google com ciumes do sucesso estrondoso de Material Impróprio?
Será que ele projeta um futuro onde Material Impróprio crescerá em tamanha proporção que engolirá seu próprio hospedeiro?
Outro dia recebi um e-mail pessoal do Bill gates, ainda bem que ele se aposentou, ele havia descoberto que eu possuia um de seus programas piratas, o Paint Brush, Bill ficou possesso. Não gostou nem um pouco de saber que eu possuia obras de arte do tempo de minha infância arquivadas, me ameaçou um processo e caso eu não "tomasse as devidas atitudes" me processaria.
Será que eu ameaço estes dois gigantes mundiais com minhas simples palavras?
Já posso ver as notícias :

"Material Impróprio derruba gigante da internet com um poema!"

"Material Impróprio nocauteia fabricante de softwares com uma postagem!"

"Material Impróprio faz oferta a gigantes americanos!"

"Material Impróprio arremata Google no Ebay!"

"Material Impróprio compra Microsoft a preço de banana"

Acompanhem os jornais, pois a qualquer momento Material Impróprio doninará o mundo.

domingo, 13 de julho de 2008

Meeting MARK STRICKLAND

Uma tarde ensolarada de verão, um teatro cheio, um palco e um pintor. Um pintor no sentido lato da palavra, calça social, camisa social, nenhuma referência a moda em sua estética dia a dia, sem propósito de falar com seu vestir, sua língua é outra. Seus quadros não puderam vir, passeiam pela Alemanha. Tema: genocídio. Darfur, Turkia, Holocausto, Ruanda. Turquia é o local ao qual ele deseja que as atenções se voltem. O sofrimento humano é antigo mas itinerante também, embora possua sua exposição permanente nas principais cidades do mundo. É estranho encontrar um artista que faz por necessidade, não pelo trabalho, não pela carreira, não pela fama. Tema antigo que todos defendem, mas o encontro quando verdadeiro provoca o seu choque, não abre espaço para especulação intelectual, não há ar para à dúvida respirar, o verdadeiro não precisa ser nomeado, ele é. Gera um estranhamento, não um choque, não é nem de perto uma provocação, é mais uma resposta interna a dúvida levantada pelos constantes encontros com o falso, como uma constatação de que o artista verdadeiro existe, raro, não é um faisão, nem um unicórnio, ele é humano e real. Ele escuta de verdade, nós e o mundo, já falou agluma vez na vida com alguém que te escute de verdade, no âmago de suas palavras? Nossa realidade é violentamente construída através de ferramentas de marketing, correlações lógicas que nos atingem cosntantemente como mísseis teleguiados, um encontro desses é se encontrar no meio de uma encruzilhada. Como há embate entre anjos e demônios nos céus, há aqui na terra o embate constante entre real e falso, cabe a nós decidirmos o lado de nossas almas, esta decisão em si é a construção da vida. Afinal o que mais temos há fazer além de construirmos nossas vidas?

www.markstricklandart.com

sábado, 12 de julho de 2008

Ao som de "The End" by The Doors




ACUADO PELA ESCOLHA (fala antes de ser crucificado) - Querem saber? Posso falar uma coisa numa boa pra vocês que estão falando que eu não ligo pra nada? Vocês não servem pra nada, vocês que são casados a essas mulheres que não gostam, que perseguem seus ideais pré-concebidos antes mesmo de saberem que são, de que servem suas vidas? Conversar sobre o que vão comprar, o que querem comprar ou aonde vão gastar, toda essa conversa em um puteiro chamado Vantagem, com a mão na frente de um lado do rosto, escondendo o outro, um sorriso e uma ironia, a vantagem sobre o diz-se amigo. Quando foi a última vez que se escutaram de verdade, não sabes o som da voz do outro, será nojo? Se transformaram em um personagem cego, em guerra santa contra os que tentam não ter personagens, toda sua vida de mentiras é um palácio de cristal, rachaduras compõe o vitral, no altar um espelho regado a sal. Seus desejos sobre as mulheres de seus amigos, refletem ao fechar de olhos, ao lado do suposto amor, palavra desconhecida almejada e falada com afinco e certeza, nunca a incerteza, eterno é presente porém longe deste presente, eterno é o passado em retorno no espelho da suposta escolha definitiva. De putas são chamadas as mais livres as que não são a que te acompanham, pois odeiam todos que não escolhem o mesmo todos que não são vocês, todos que decidem algum outro caminho, errado, o erro, o que há de sujo no mundo, que o fazem bater de carro por inveja, os que o fazem cair do alto -É tudo culpa deles, são um bando de filhas da puta. Não é assim que os chama? E todo esse seu sustentar de bordéis, putas existem pois exitem os que as comem assim como dizem que drogas existem por causa dos que as consomem, toda sua vida de comer prostitutas, toda sua sobriedade falsa que ao contato com uma única gota de alcool, a droga lícita, se revela em erupção excremental de idéias anais. A puta aceita, sua mulher esta, a que não tem palavras, a que não contrária, só contrária em virtude de manter o conquistado, e mais sangue de Cristo goela abaixo revela todo o escondido sórdido, dores de cabeça lembranças de violência doméstica, acidentes de carro, tapas na cara, mãos de pedra, sexo de leões marinhos, quem viu que se foda, é normal, papai fazia, mamãe sempre aceitou, por que ela não há de aceitar? Quem sofre e vai pagar o pato? São os que trabalham para você direto ou indiretamente, descontar em vendedores é vitória, poder sobre garçons é masturbação, porteiros são jegues urbanos, inferiores. E para as mulheres que estão ai do lado, Fuck You Too! Parem de falar dos outros, das outras especialmente, um segundo e prestem atenção, vão ler um livro ao invés de aceitar qualquer asneira televisiva, parem de contar vantagem umas sobre as outras, seus empregos mediocres que só servem como base de sutentação das idéias que tiveram com miseros quatorze anos, desliguem o pensamento e se observem de fora, parem um segundo de falar parem de falar das mulheres que escolhem ter prazer, que optam por falar, gozam de verdade, que deixam de sonhar e vivem a vida, ao invés de sofrer uma prisão construída pelo pensar, parem parem deixem-me falar eu to ficando sem ar sufocado, não consigo respirar, o som ta muito alto, abaixa esse som por favor deixa eu falar não adianta gritar eu não to gritando, para não é isso que eu to falando, não tem nada a ver, não tem nada disso, não tem nada haver com isso você ta delirando, eu to delirando? você ta delirando... para para! para chegaaa aaa aumentaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa....

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Independentes dependentes

O tempo é interno,
imutável.

Vozes,
escuta...
falam
para meu bem,
será?
Não entendo.

Estou em outro país
aqui é quente sendo frio.

No alto do penhasco
o salto é
a vertente,
e é linda,
morada longínqua,

embaixo...
aqui em cima não há ninguém.
Vejo um guarda sol
sozinho,
no deserto
meio...
vertical,
junto ao mar
verde cristalino sem peixes algas cem ondas nem corais.
Um lagarto
chora?

Somos sozinhos,
lamento
não nos tocamos nunca,
não.
5:18 da madrugada de que dia?
Garrafa vazia
pensamento em greve.
Pombos andam
sem trabalho.

Voto na minha repressão
obrigado.
- Um brinde ao descaso
estou aqui não estou?
O mundo não é um deserto,
estou sempre esbarrando em alguém
até saber que não há ninguém lá...
Tudo era mentira
...na verdade.
Invento que vivo,
consumo minha vida.
Quero mergulhar
até o fundo.


Meu ego
sobreviverá
para sempre,
por bem ou por mal.
-Morte as idéias!
abandonem todas.
Quero todas
as relações

e finalmente um dia

nascer?

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Impróprio - Eu te batizo meu filho.

Não sou batizado. Hoje batizo meu filho só de sacanagem, mal posso esperar pela circuncisão. O dia em que cortarei, é eu mesmo vou bolinar primeiro, um pedaço que sobra, ali, pertinho da cabeça, não é a orelha, Impróprio este seu pensamento, mas é logo ali em baixo, bem pertinho da nascente dos melhores pensamentos. Sim os melhores pensamento da vida nascem em direção a vida privada. Nasce o Impróprio, hoje eu comemoro aniversário? Que me importa já estou acariciando a garrafa, me lembra o dia em que o criei. Sou criador, morram de inveja artistas, continuem perdendo tempo criando arte, porra transparente, sem vida. Eu crio a vida. Sem camisinha espalho meu esboço, aliás, isso me lembra do que seus pais te chamavam quando eram pequenos, Esboço, voltarei com esta moda, mas como eu ia dizendo, Esboço, chame de impróprio o meu pensamento, mas não chame o Impróprio. Me dê os parábens e espere. Um dia seu Material Impróprio estará por aqui, todo mundo tem um, se não tem acaba inventando e ai tem que contar pra alguém, nessa hora estarei lá, em outra forma, de repente até mesmo como seu inconsciente e eu criarei a vida dele, darei vida ao monstro. Calma... eu sou bonzinho, não contarei para ninguém, Esbocinho, pode deixar, fica só entre nós... e o Mundo.