segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Laura


Na hora da pergunta ela estava tremendo. Mesmo sendo sua ofensiva, tremia. Nunca havia questionado o amor e ainda assim teve à audácia. Era sábado a tarde quando teve a surpresa do encontro funesto. Seu pai havia morrido e com ele o último galho da ávore se transformava em pó, agora era só, era o caule que andava. Sem folhas ainda e essa era a pergunta. Ele iria cuidar de seu jardim?

A resposta como todas já era sabida. A questão era só uma confirmação para rima da melodia em seu corpo. Sua mente não tinha mais cama para idéias, estava lotada e uma rebelião era iminente. Nunca gostou de dar um basta mas ao aquele porto da vida parecia o ideal lugar para se zarpar em uma aventura longinqua, aventura das que não se olha mais para trás por anos e anos.

Silêncio. David, homem forte de traços retos e olhar suave, não disse uma só palavra. Lágrimas fugiam enquanto suas mãos as pegavam de volta. Jurou para si mesma que esse era o último olhar que faria em direção àqueles olhos. Mentiu mais uma vez, sempre o fizera e sempre o faria.

David em silêncio se levantou. Andou para mais perto e cumprindo a mentira ela o lhou mais uma vez, agora não se importando com lágrimas ou o tempo, todos haviam morrido naquele sábado.

Respirou profundamente pois sabia que agora ele teria que falar alguma coisa mesmo qu eo que queria era profundo demais para palavras e bonito demais para imagens. David a abraçou com firmeza, ela derreteu sustentada pelos seus braços.

Lágrimas esquentaram suas bochechas, seus olhos se tornaram lagoas e seus anseios simples toques de ventos na pele. Sua mente não pensava só olhava enquanto sua resposta era vivida.
Paiting by Chuck Close

Nenhum comentário: