quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Amanhã de manhã

Não quero saber do que me falam, quero saber da onde me falam. Como chegaram até ali. É só isso. Não é fácil ter que construir a vida interia do indivíduo até o momento que o levou a construir aquele tipo de frase, "- Otimista você, não quero sundae de ovomaltine." Naquele determinado dia se torna uma tarefa muito cansativa, e só existe aquele momento para a construção, depois não adianta. É influenciado pela memória. E como chegar ao ponto em que o determinado pensador chegou àquele "a craseado". Engraçado, aquela proposição sobre a virada do tempo na consciência humana. Ela é só uma montagem nossa, não existe duração. Só temos o instante, o resto são só conceitos somados a fenômenos coincididos pelo nosso rolar ladeira abaixo da vida. E por que não ladeira acima? Porque enterrar é no chão que se faz e morte ficou sendo para baixo. Quem morre não está mais em pé. Devo escutar não o que me dizem sobre o falar mas sim o que se pensava aquele que falava, é isso que preciso me lembrar e estava esquecendo. Por que falo como um doutrinador? Só assim me respondo. Quantas coisas não quis mais fazer e fiz só por não me escutar? Quantos gritos diferentes existem em minha cabeça? São milhares de eus e todos com o mesmo nome errado, todos com as mesmas dúvidas esquecidas e repetidas, como agora, estou me repetindo. Por isso paro. Olho ao lado. Alguém me espera, sem perguntar nada. Começo a construir.

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