sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Livros e Guerras

Ao pisar na praia o sujeito me deu seu livrinho, era pequeno e azul, bem cafona e leve. Joguei-o dentro da mochila sentindo um aumento do vento em meu rosto, amanhã vai chover, sentei na areia. Peguei o livro e olhei para ele, não com afinidade mas com desconfiança, curioso em perceber o por quê de tamanha força. Abri, uma página qualquer e percebi que uma história estava sendo contada, uma história que provocou guerras, alegrias, mortes que não são perdoadas com juras de culpa eterna. Li, era uma história como outra qualquer, tirada de uma mente qualquer, alguém sentou um dia e escreveu, saltou da cama e escreveu, falou com sua mulher e escreveu, nada além. Como uma pessoa pode interpretar palavras escritas por outro como direção certa? A cada movimento um pensamento, equacionado de tamanha agressão a tranquilidade, nasce sem saber aonde ir. Somos responsáveis por ele. Ele é como um filho que pergunta. O que revelarei a meu filho pode mudar sua vida inteira. Um som curto, grave ou agudo, tem o poder de destruição nuclear capaz de criar um vórtice infinito. Um qualquer escreve histórias, o mundo está repleto de escritores, contadores de história, para onde foi o silêncio?

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