terça-feira, 18 de novembro de 2008
22hrs
Joaquim era filho de uma índia, chamada Marta. Estava com sede quando decidiu pegar sua faca suja de sangue, não era seu e não era de sua ex-amada e agora odiada pretendente a qualquer porcaria de companherismo. Irritado se levantou do sofá antes que Marta acordasse, sabia que ela ia ficar puta com a sujeira espalhada pelo tapete. Joaquim estava a quatro idas ao banheiro de terminar a garrafa de whiskey, Jack era sua verdadeira paixão. Decidiu não se livrar do corpo, mas sim apoiar os pés em cima de seu dorso para uma última utilidade imediata do contato. Sentiu a temperatura baixar enquanto sua cabeça esquentava, levantou e ligou para um amigo, que sabendo como Joaquim estava decidiu se juntar a ele, inveja pura. O amigo entrou em silêncio enquanto Marta roncava, riu segurando seu copo vazio. Joaquim completou o copo do amigo em troca de cumplicidade. O amigo também decidiu apoiar os pés. Tirou os sapatos sem perguntar, não perguntava mais nada na vida fazia anos. Os pêlos longos eram gostosos de entrelaçar entre os dedões do pé esquerdo. Não era mais o mesmo mas ainda havia alguma graça no ar. Parecia que haviam voltado aos tempos da escola onde corriam pela rua a procura de alguma coisa para quebrar. Só nos livros crianças procuram alguma coisa com curiosidade apenas. Não conversavam quando Marta acordou. Caminhou até a cozinha notando que o chão estava diferente, parecia que a sujeira era menos amiga naquela hora, enquanto se acostumava com as formas novas do antigo apartamento decidiu não gritar ainda pois estava sem um copo na mão. Onde estava a porra do copo? Gritar sem um copo na mão é coisa que só os desesperados fazem. Marta não era desesperada, muitos anos se passaram desde que só vivia. Caminhou até a sala e percebeu que Max não respirava, sentou-se ao lado do amigo que a aliciava quando Joaquim não estava e perguntou - Fui eu?
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