sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Beaumont

A noite o sono não vem, foi dar uma volta e me deixou sozinho. Um dia de manhã pego ele no flagra, mas enquanto isso fico aqui com coceiras em pontos que nunca coçaram, imagens que já passaram, nomes que não quero e luz, que chega avisando a hora. Nessa hora estou com uma só sensação, puto. "Sensações não existem, só acompanham ações".

Merda, sempre achei que estava sentindo alguma coisa importante e que era esse o momento porque eu "sentia que era" mas era só mentira...minha, de mim para eu. Como um índio, se é que existem ainda, ser índio é ter uma televisão e usar bermuda jeans. Cara pintada é como mentir.

Mendigos tem cama? Menino de rua tem sabe o que é calor?
Roupa suja sabe o que é odor?
Mães sabem ver maldade nos filhos?
E a loja da esquina, quando vai falir?
Até quando quem joga bolinhas no sinal vai ficar ali?

Não quero respostas, realmente não me interessam, não...não. Estou fechado para balanço, seu balanço. Estou observando o que me fala, cabeça cheia, se não entendeu se esforce pois o mundo fala com você. Estou me esforçando e ainda assim não escuto boa parte.

Conceitos são idiotas como seus criadores.
Idéias só funcionam na teoria.
Não gostar é excluir parte do mundo.
Falar limitando-se é nocivo.
Falar não sendo específico é como cagar e perguntar
- Isso sou eu, agora qual parte do que sou eu é você?

Tomo mais um gole,
olho a garrafa vazia,
vou dormir.

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