quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Ontem

Um bar deserto em frente a lagoa. Não há muitas lagoas no mundo. Plantas ao redor nos abraçavam. Árvores que já viram grandes mudanças, pacificamente, jantavam a luz de velas. O serviço era péssimo como de costume, mas um encontro para ser perfeito não tem de ter "falhas"? Um jantar onde tudo ocorre perfeitamente é um jantar que deu errado, pois o erro marca mais na correlação da memória do que o acerto. A companhia era linda como a noite e ainda assim não tenho palavras para falar. Seria diminuir o acontecimento. Poetas sempre estão diminuindo e nunca aumentando. É fácil provar, basta abrir os sentidos. Amigos chegaram, baseados rolaram, cores clamavam e nada do garçom aparecer. Risos, tentativas de lembranças, histórias e mais histórias... Não me lembro ao certo o conteúdo, não é importante. Ficar em casa nos priva de novas cores, novos confrontos e ainda assim tudo o que queremos é uma casa confotável, que nos acolha em nossas rememorações. A chuva chegou, gritando, histérica e não comvidada, porém chegou para ficar. Saímos correndo, pois não sendo uma pessoa, como poderia ela nos seguir para todos os lugares? Uma árvore nos acolheu. Uma árvore gigante, com um enorme quintal seco, com vista para lagoa. A chuva podia ser vista, mas não nos tocar. Triste por um lado. A chuva, sozinha, mesmo com a cidade aos seus pés. Embaixo de uma árvore começamos e embaixo de uma árvore terminamos. Esquecerei desta noite agora, tenho mais uma pela frente.

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