domingo, 13 de julho de 2008

Meeting MARK STRICKLAND

Uma tarde ensolarada de verão, um teatro cheio, um palco e um pintor. Um pintor no sentido lato da palavra, calça social, camisa social, nenhuma referência a moda em sua estética dia a dia, sem propósito de falar com seu vestir, sua língua é outra. Seus quadros não puderam vir, passeiam pela Alemanha. Tema: genocídio. Darfur, Turkia, Holocausto, Ruanda. Turquia é o local ao qual ele deseja que as atenções se voltem. O sofrimento humano é antigo mas itinerante também, embora possua sua exposição permanente nas principais cidades do mundo. É estranho encontrar um artista que faz por necessidade, não pelo trabalho, não pela carreira, não pela fama. Tema antigo que todos defendem, mas o encontro quando verdadeiro provoca o seu choque, não abre espaço para especulação intelectual, não há ar para à dúvida respirar, o verdadeiro não precisa ser nomeado, ele é. Gera um estranhamento, não um choque, não é nem de perto uma provocação, é mais uma resposta interna a dúvida levantada pelos constantes encontros com o falso, como uma constatação de que o artista verdadeiro existe, raro, não é um faisão, nem um unicórnio, ele é humano e real. Ele escuta de verdade, nós e o mundo, já falou agluma vez na vida com alguém que te escute de verdade, no âmago de suas palavras? Nossa realidade é violentamente construída através de ferramentas de marketing, correlações lógicas que nos atingem cosntantemente como mísseis teleguiados, um encontro desses é se encontrar no meio de uma encruzilhada. Como há embate entre anjos e demônios nos céus, há aqui na terra o embate constante entre real e falso, cabe a nós decidirmos o lado de nossas almas, esta decisão em si é a construção da vida. Afinal o que mais temos há fazer além de construirmos nossas vidas?

www.markstricklandart.com

Um comentário:

Luciana Agnese disse...

Sobre falso e verdadeiro e o tal artista plastico lembrei de mais uma citacao lida dia desses: "No silêncio forma-se o talento. Mas o caráter, no turbilhão do mundo" - Goethe.

Adorei o texto, got me thinking... E olha que esse nem de perto eh um elogio tendencioso, mas uma constatacao de boa leitura.

Beijo.