sexta-feira, 29 de agosto de 2008
Edna
Independente de qualquer coisa, Edna sempre teria a casa para arrumar. Pensava assim todos os dias de manhã quando acordava arrependida. Olhava a sua volta e pensava que o espelho estava errado. Edna colocava primeiro o pé esquerdo no chão, era algo incontrolável, não conseguia se conter e por isso sofria em silêncio. Era dramática. Sabia disso e se orgulhava de sua culpa. Pela noite podia ouvir música vinda do prédio de trás, não gostava do que ouvia, não entendia as palavras. Ficava extasiada com a vida noturna, imaginava pessoas sorrindo, a cidade iluminada e seus carros de luxo. Edna estava com a casa toda arrumada, olhava do canto da sala, em pé no canto. Silêncio rompido, dava um gostinho de sereno bem no meio da sala. O tom de bege fazia Edna se sentir mais antiga do que era. Estava pronta para sair, sempre esteve, não importava a hora do dia. Dormia com batom. Seus olhos brilhavam naquela noite, queria sair de qualquer jeito e hoje estava se prometendo que iria. Fazia quanto tempo desde a última vez, ela se perguntava e quanto mais procurava mais escuro se tornava o bege da sala. O frio da cozinha vinha da luz. Silêncio. Edna olha para o telefone pendurado, seu fio longo, enroscado, está um pouco sujo mas combina com o azulejo azul. Olhava as linhas brancas torcendo para um toque assustá-la e nada acontecia então passava seus olhos violentamente pela parede, suas mãos apareciam no seu campo de visão e a cozinha estava se tornando mais escura agora, apagou a luz e saiu. Apagou a luz da sala e o corredor um pouco perigoso era o único caminho. Um dia caiu por causa daquele velho tapete, o piso era de tábua corrida encerado dia sim, dia não. Jamais retiraria o tapete dali embora pensasse todos os dias, era como o pé, um segredo só seu que a fazia rir de suas próprias manias, como se fossem elas que a faziam ser o que era. Apagou a luz do corredor e chegou ao quarto. A cama era florida, bordada com babado, quente antes mesmo de se deitar. Edna olhou uma última vez para fora do quarto com esperança e olhou para o silêncio. Dentro do quarto havia um calendário. Edna olhou para ele, já deitada, e viu o que já sabia, sexta-feira.
sexta-feira, 22 de agosto de 2008
Will Self
"Reading my books is having a far more intimate relationship with me than having a relationship with me." - Will Self
Nesse link pode-se ver várias fotos do escritório do escritor, chequem lá:
www.will-self.com/writing-room
quinta-feira, 21 de agosto de 2008
Verdade ou Mentira?
Sinal vermelho. Vejo de cima. Três carros alinhados, seguidos por outros três e assim sucessivamente por mais 4 filas. Sirene uma ambulância se aproxima, vem em alta velocidade em direção ao aglomerado de carros. Nenhum carro se move. A ambulância chega até o aglomerado, freia bruscamente. Nenhum carro se move. O motorista da ambulância abre sua janela, a senhora do carro em frente desliga o celular. Batidas de mão na porta da ambulância, é o motorista em um desespero profissional. A mulher do carro em frente anda 40 centímetros para frente, agora o outro carro anda 40 para frente, mais alguns segundos e a mulher andou 80, a ambulância 90, está com a ponta entre os dois agora. O motorista buzina. Pessoas na praia começam a para de andar, todos estão parando. Olham indignados, começam a acenar. Uma força conjunta de consciência começa a se mobilizar. Um estado de sintonia começa a tomar conta de todos do aglomerado e através de olhares, pequenos gestos, aceleradas e indicações via lataria, todos começam a se mexer. Menos um taxi. Um último carro separa agora a ambulência da liberdade, da emergência e finalmente da vítima. O táxi não se move. Ele está ali, apesar de gritos, batidas na lataria, acenos, pedidos calorosos de pedestres. Nada o faz se mover. O motorista da ambulância agora parece realmente desesperado, talvez seja verdade dessa vez e realmente há alguém morrendo ali dentro. Morrer dentro de uma ambulância sempre me pareceu mais dramático do que esperando. O taxista abre a porta do carro. Todos se param, estão todos à volta imóveis, pois qual poderia ser o motivo? Que tipo de argumento um ser humano é capaz de criar para impedir a passagem de uma ambulância? Que tipo de monstro vive ali, dentro daquele táxi? O taxista abre a porta com uma certa velocidade, está furioso todos presumem. Se levanta rápido e aponta para fente do táxi em direção ao alto, todos olham e alguém está olhando de volta. Uma câmera que registra avanços de sinal. Todos buzinam e em meio a tudo a sirene é desligada. Silêncio.
O mar volta a funcionar, todos voltam a andar,
a ambulância
pode ir,
agora sem
pressa.
O mar volta a funcionar, todos voltam a andar,
a ambulância
pode ir,
agora sem
pressa.
terça-feira, 19 de agosto de 2008
Almoço
E tudo
o que se quer
é justamente
a possibilidade
de não se querer?
Na medida da palmeira
as folhas sobresaem toda a velha guarda,
porteiras da virtude,
carcomidas pela podridão
de se ser só
no esquecido
deste presente
mundo.
Não há reino
do antes.
Tudo o que há
se formou no agora.
Agora me debruço,
vejo,
cheiro meu braço,
não sinto
nada.
O medo de pensar me assombra
e floreio
o falar
em busca
da famosa "paz",
odeio sua existencia,
tudo
o que
quero
é o
não querer.
o que se quer
é justamente
a possibilidade
de não se querer?
Na medida da palmeira
as folhas sobresaem toda a velha guarda,
porteiras da virtude,
carcomidas pela podridão
de se ser só
no esquecido
deste presente
mundo.
Não há reino
do antes.
Tudo o que há
se formou no agora.
Agora me debruço,
vejo,
cheiro meu braço,
não sinto
nada.
O medo de pensar me assombra
e floreio
o falar
em busca
da famosa "paz",
odeio sua existencia,
tudo
o que
quero
é o
não querer.
segunda-feira, 18 de agosto de 2008
George Orwell
Britânico
Morto
Autor.
Este que foi um importante pensador da sociedade contemporânea, agora se mexe no caixão com seu diário sendo publicado online, página por página, dia a dia como se fosse escrito em tempo real.
George Orwell previu um mundo sem privacidades, vigiado pelo "Big Brother", daí a criação do programa que degrada o ser humano e que tem seu expoente no Brasil, pois em nenhum outro país do mundo a franquia Big Brother fez tanto sucesso. Assistir pessoas escovando os dentes ao vivo é um sucesso no país do futebol.
De acordo com o pensador francês Baudrillard, também morto, é uma superação pessoal para os medíocres assistir a algo mais medíocre que a própria vida, isto gera em consequência uma satisfação pessoal com a posição ocupada no mundo.
O primeiro Blog póstumo da internet está no ar e começou em grande estilo, para alguém que previu a falta de privacidade nada mais irônico como desfecho final ter seu diário publicado online em tempo real.
O Blog ficará no ar por 4 anos, com textos escritos entre 1938 e 1942.
Aqui vai o endereço:
www.orwelldiaries.wordpress.com
Morto
Autor.
Este que foi um importante pensador da sociedade contemporânea, agora se mexe no caixão com seu diário sendo publicado online, página por página, dia a dia como se fosse escrito em tempo real.
George Orwell previu um mundo sem privacidades, vigiado pelo "Big Brother", daí a criação do programa que degrada o ser humano e que tem seu expoente no Brasil, pois em nenhum outro país do mundo a franquia Big Brother fez tanto sucesso. Assistir pessoas escovando os dentes ao vivo é um sucesso no país do futebol.
De acordo com o pensador francês Baudrillard, também morto, é uma superação pessoal para os medíocres assistir a algo mais medíocre que a própria vida, isto gera em consequência uma satisfação pessoal com a posição ocupada no mundo.
O primeiro Blog póstumo da internet está no ar e começou em grande estilo, para alguém que previu a falta de privacidade nada mais irônico como desfecho final ter seu diário publicado online em tempo real.
O Blog ficará no ar por 4 anos, com textos escritos entre 1938 e 1942.
Aqui vai o endereço:
www.orwelldiaries.wordpress.com
quarta-feira, 13 de agosto de 2008
4:00am
Me encontro sozinho em meu quarto. São quatro da manhã, segunda-feira. Silêncio total. Um cano de descarga passa estrondoso como um trovão, uma angústia nasce a meu lado. Posso sentir, bem aqui, ao meu lado, ela rescosta sua cabeça em meu braço que se arrepia. O ruído vivo vai se distanciando, parece entrar em um túnel do espaço suposto pelo meu imaginar. Sem me dar conta o silêncio entra novamente e paro de respirar. Um segundo. Nada...
Nem um movimento. Me sinto suspenso no ar, sem coragem de interromper, sem força para pensar, estou só.
Um som quebra esta eternidade passageira, e estou de volta. Idéias voltam a me assombrar, pensamentos antigos ressurgem sem nenhuma explicação, posso inventar qualquer relação que eu quiser para meus pensamentos ou para o que acontece a minha volta, mas sei que é uma coisa infantil. A arte infantil é feita desta maneira. Para alguns é uma religião. O gole engasgado durante o mau pensamento é um presságio do mal. Infantil é o que chamo hoje. Não ontem.
Um pensamento cai como uma folha cambaleando a espera de um sopro que à eleve de volta à ávore vizinha. Se minha vida terminasse aqui e agora, segunda, 4:00am, o que seria do mundo? Não sei o que seria de mim, nem dos que me cercam. Sei que haveria uma certa aporrinhação com procedimentos legais ou materiais em relação ao meu corpo, mas pergunto qual seria a real diferença? Como alguém pode saber que neste exato momento eu me encontro aqui, acordado?
O mundo continuaria. O sol jamais interromperia seu caminho. Pássaros cantariam. Carros cheios de traficantes continuariam a passear pelas ruas da cidade a noite. Em algum lugar uma transa começaria e outra terminaria. Ninguém jamais saberia.
Um segredo meu e da vida.
Amanhã não interessa se alguém vai bater a sua porta ou não, mas e agora? Um ataque cardiaco, um aneurisma cerebral, um tropeço no banheiro, um escorregar ao levantar, um simples engasgar, famoso em bares e restaurantes porém sorrateiro em ambientes solitários. Um átimo e o blackout total.
Sinto meu lençol tocando a ponta de meu dedão, ele puxa um pouco para direita o pé direito, reparo em sua pirâmide formada pelo meu pé, me lembra uma vela, branca como nos barcos. Quer brincar de cócegas. Escorrego meu dedo ligeiramente pelo lençol e sinto um prazer na maciez. Agora minha mão é quem me chama ela escreve e sua um pouco, bem pouco, mas levanto-a para enxugar e vejo minha cadeira. Ela me implora para eu sentar! Como está sozinha e sente frio. A mesa não fala com ela, é séria com seus papéis e documentos. O computador ameaça ligar a qualquer momento, sem o meu comando, joga sua independência no ar e sua jovem arrogância.
Tudo fala. Posso ouvir com minha pele e ver com meus ouvidos.
Objetos querem andar, tem ânsia pela vida.
Escolhemos escutá-los ou não. Podemos passar a vida toda preocupados com nossos pensamentos ou simplesmente escolher escutar.
Para nascer de novo basta um agora.
Somos todos grávidos
em meio a nossas
gravidades.
Apago a luz,
escolho o silêncio,
já é tarde.
Dou boa noite e
ninguém me responde.
Nem um movimento. Me sinto suspenso no ar, sem coragem de interromper, sem força para pensar, estou só.
Um som quebra esta eternidade passageira, e estou de volta. Idéias voltam a me assombrar, pensamentos antigos ressurgem sem nenhuma explicação, posso inventar qualquer relação que eu quiser para meus pensamentos ou para o que acontece a minha volta, mas sei que é uma coisa infantil. A arte infantil é feita desta maneira. Para alguns é uma religião. O gole engasgado durante o mau pensamento é um presságio do mal. Infantil é o que chamo hoje. Não ontem.
Um pensamento cai como uma folha cambaleando a espera de um sopro que à eleve de volta à ávore vizinha. Se minha vida terminasse aqui e agora, segunda, 4:00am, o que seria do mundo? Não sei o que seria de mim, nem dos que me cercam. Sei que haveria uma certa aporrinhação com procedimentos legais ou materiais em relação ao meu corpo, mas pergunto qual seria a real diferença? Como alguém pode saber que neste exato momento eu me encontro aqui, acordado?
O mundo continuaria. O sol jamais interromperia seu caminho. Pássaros cantariam. Carros cheios de traficantes continuariam a passear pelas ruas da cidade a noite. Em algum lugar uma transa começaria e outra terminaria. Ninguém jamais saberia.
Um segredo meu e da vida.
Amanhã não interessa se alguém vai bater a sua porta ou não, mas e agora? Um ataque cardiaco, um aneurisma cerebral, um tropeço no banheiro, um escorregar ao levantar, um simples engasgar, famoso em bares e restaurantes porém sorrateiro em ambientes solitários. Um átimo e o blackout total.
Sinto meu lençol tocando a ponta de meu dedão, ele puxa um pouco para direita o pé direito, reparo em sua pirâmide formada pelo meu pé, me lembra uma vela, branca como nos barcos. Quer brincar de cócegas. Escorrego meu dedo ligeiramente pelo lençol e sinto um prazer na maciez. Agora minha mão é quem me chama ela escreve e sua um pouco, bem pouco, mas levanto-a para enxugar e vejo minha cadeira. Ela me implora para eu sentar! Como está sozinha e sente frio. A mesa não fala com ela, é séria com seus papéis e documentos. O computador ameaça ligar a qualquer momento, sem o meu comando, joga sua independência no ar e sua jovem arrogância.
Tudo fala. Posso ouvir com minha pele e ver com meus ouvidos.
Objetos querem andar, tem ânsia pela vida.
Escolhemos escutá-los ou não. Podemos passar a vida toda preocupados com nossos pensamentos ou simplesmente escolher escutar.
Para nascer de novo basta um agora.
Somos todos grávidos
em meio a nossas
gravidades.
Apago a luz,
escolho o silêncio,
já é tarde.
Dou boa noite e
ninguém me responde.
terça-feira, 12 de agosto de 2008
Votação Secreta?!
Como é possível que haja uma votação secreta na Câmara dos Deputados? Ou no Senado? Ou em qualquer tipo de Orgão público? É inconstitucional e herança da famosa Ditadura, com D maiúsculo pois alguns não sabem que aconteceu aqui no país do samba. A capital do país é no meio do nada, um plano atrasado e completamente surreal, hoje na era da informática, projetou uma capital longe dos olhos da população e de sua revolta. Como se criar uma manifestação contra algo que ocorre ou ocorrerá no Senado hoje ou amanhã? Não há, é perfeito.
Longe de Brasília, na Assembléia do Rio de Janeiro, neste exato momento está sendo julgada a cassação do Deputado Álvaro Lins, aquele que exigia 25 000 reais de cada delegado nomeado por ele, mensais e claro isentos de impostos. Só paga imposto quem não tem como sonegar, um orfão talvez e sem conhecidos ou advogados por perto. Um orfão que more na Ilha Fiscal, pronto, talvez este indivíduo, caso exista, não sonegue impostos. Eu sonego. Acabei de comprar um café e não exigi nota fiscal. O português colonizador, que veio nas caravelas, surdo, me gritou após o pagamento - Sai um Café, Chico! Próximo. Amassou a notinha e jogou no lixo empapuçado de tantas notas.
Empapuçado de notas é a imagem do ex-governador Anthony Garotinho. Dizem as más línguas, amigos do Lins e do Garotinho, que Lins era muito amigo da Rosinha, brincavam de casinha e de vez em quando de médico só para variar o pai nosso de todo dia. A Alerj é o palco da votação secreta realizada pelos deputados cariocas. Eles decidirão em blocos, ou seja, cada partido decidirá um voto em conjunto e portanto valerá como um só voto. Este tipo de processo retira automaticamente qualquer tipo de responsabilidade individual sobre o voto escolhido. É absolutamente surreal que um Deputado, um funcionário do povo, não se responsabilize por uma escolha onde seus resultados implicam diretamente sobre o modo de vida da população.
A polícia corrupta não tem uma explicação de assim ser somente em sua baixa renda, este é um fator, mas o que dizer da polícia Federal? Não há corruptos nela também? Recebem bons salários. Um delegado federal buscava uma mula de jóias diretamente no avião, não chegava a passar nem mesmo pelo corredor da alfândega, notícia do mês passado. Em um caso recente um conhecido recebeu uma proposta, antes de passar pelo raio-x, ganhou um cartão do policial federal, pagou 200 reais ali mesmo no corredor e ganhou um salvo-conduto para utilizar sempre que necessário. É isso o que está sendo votado hoje, um salvo-conduto. Lins obriga delegados a pagarem 25 000 reais mensais, policiais extorquem propinas da população, deputados pedem a Lins garantias dependentes de resultados. Um salvo-conduto que os livre de qualquer problema mais grave, nada como ter uma mãozinha da polícia em época de campanhas. Lins garantia em gravações o controle de currais eleitorais.
E tudo protegido, portas fechadas, a justiça de olhos fechados. Não porque todos são iguais perante a lei, mas sim porque alguns decidem o que é a lei e cabe ao resto aprovar sem ver nem ouvir o que se passa.
Longe de Brasília, na Assembléia do Rio de Janeiro, neste exato momento está sendo julgada a cassação do Deputado Álvaro Lins, aquele que exigia 25 000 reais de cada delegado nomeado por ele, mensais e claro isentos de impostos. Só paga imposto quem não tem como sonegar, um orfão talvez e sem conhecidos ou advogados por perto. Um orfão que more na Ilha Fiscal, pronto, talvez este indivíduo, caso exista, não sonegue impostos. Eu sonego. Acabei de comprar um café e não exigi nota fiscal. O português colonizador, que veio nas caravelas, surdo, me gritou após o pagamento - Sai um Café, Chico! Próximo. Amassou a notinha e jogou no lixo empapuçado de tantas notas.
Empapuçado de notas é a imagem do ex-governador Anthony Garotinho. Dizem as más línguas, amigos do Lins e do Garotinho, que Lins era muito amigo da Rosinha, brincavam de casinha e de vez em quando de médico só para variar o pai nosso de todo dia. A Alerj é o palco da votação secreta realizada pelos deputados cariocas. Eles decidirão em blocos, ou seja, cada partido decidirá um voto em conjunto e portanto valerá como um só voto. Este tipo de processo retira automaticamente qualquer tipo de responsabilidade individual sobre o voto escolhido. É absolutamente surreal que um Deputado, um funcionário do povo, não se responsabilize por uma escolha onde seus resultados implicam diretamente sobre o modo de vida da população.
A polícia corrupta não tem uma explicação de assim ser somente em sua baixa renda, este é um fator, mas o que dizer da polícia Federal? Não há corruptos nela também? Recebem bons salários. Um delegado federal buscava uma mula de jóias diretamente no avião, não chegava a passar nem mesmo pelo corredor da alfândega, notícia do mês passado. Em um caso recente um conhecido recebeu uma proposta, antes de passar pelo raio-x, ganhou um cartão do policial federal, pagou 200 reais ali mesmo no corredor e ganhou um salvo-conduto para utilizar sempre que necessário. É isso o que está sendo votado hoje, um salvo-conduto. Lins obriga delegados a pagarem 25 000 reais mensais, policiais extorquem propinas da população, deputados pedem a Lins garantias dependentes de resultados. Um salvo-conduto que os livre de qualquer problema mais grave, nada como ter uma mãozinha da polícia em época de campanhas. Lins garantia em gravações o controle de currais eleitorais.
E tudo protegido, portas fechadas, a justiça de olhos fechados. Não porque todos são iguais perante a lei, mas sim porque alguns decidem o que é a lei e cabe ao resto aprovar sem ver nem ouvir o que se passa.
segunda-feira, 11 de agosto de 2008
domingo, 10 de agosto de 2008
The Clod & The Pebble - Blake
"Love seeketh not itself to please,
Nor for itself hath any care;
But for another gives its ease,
And builds a Heaven in Hell's despair."
So sang a little Cloud of Clay,
Trodden with the cattle's feet;
But a Pebble of the brook,
Warbled out these metres meet:
"Love seeketh only Self to please,
To bind another to its delight;
Joys in another's loss of ease,
And builds a Hell in Heaven's despite."
Nor for itself hath any care;
But for another gives its ease,
And builds a Heaven in Hell's despair."
So sang a little Cloud of Clay,
Trodden with the cattle's feet;
But a Pebble of the brook,
Warbled out these metres meet:
"Love seeketh only Self to please,
To bind another to its delight;
Joys in another's loss of ease,
And builds a Hell in Heaven's despite."
quarta-feira, 6 de agosto de 2008
A Dream That Walks
A noite sabemos o que acontece durante o dia, é nessa hora cheia de sombras que voam as idéias feitas noutra hora. É estranho saber que existe hora de chegada, nem sempre é assim. Acontece que a hora nasce cada dia em uma hora diferente. E o que queremos é relacionado à algum sentimento recente de nosso corpo. Seja mental ou físico.
Sem mais nem menos me encontro em um bar cheio de amigos, ou pessoas consideradas conhecidas e enquanto olhava a temperatura ia caindo, e alguma risada diferente começava a nascer. O som estava começando a dança o corpo sozinho mandava de dentro para fora. o quê? Não sei agora, mas na hora sabia. Somente uma cor em todo o som. Me viro e a luz se prolonga agora.
É um momento de decisão, decisões importantes que te levarão a não se mexer. Preciso decidir pelos próximos dois intermináveis segundos.
Ando com um chão diferente a minha frente, na maior parte é preto mas com seus canyons, baixos e assustadores. Sons me fazem olhar para o alto e em pernas sem toque me apoio para subir. Sem as mãos cumprimento passando pelas sombra colorida de suas blusas borradas de limão.
Som próximo, mãos te encontram e gestos te provam que a vida existe. Cigarros estão sem graça de serem o que são. Batom vermelho, branco de roupa, contorcido o tronco que se mexe e dança. Mãos com dedos pintados. Cores e cheiros.
Som do engraçado que enlaça te laça.
E no mesmo lugar de onde não saí, estou.
Sem mais nem menos me encontro em um bar cheio de amigos, ou pessoas consideradas conhecidas e enquanto olhava a temperatura ia caindo, e alguma risada diferente começava a nascer. O som estava começando a dança o corpo sozinho mandava de dentro para fora. o quê? Não sei agora, mas na hora sabia. Somente uma cor em todo o som. Me viro e a luz se prolonga agora.
É um momento de decisão, decisões importantes que te levarão a não se mexer. Preciso decidir pelos próximos dois intermináveis segundos.
Ando com um chão diferente a minha frente, na maior parte é preto mas com seus canyons, baixos e assustadores. Sons me fazem olhar para o alto e em pernas sem toque me apoio para subir. Sem as mãos cumprimento passando pelas sombra colorida de suas blusas borradas de limão.
Som próximo, mãos te encontram e gestos te provam que a vida existe. Cigarros estão sem graça de serem o que são. Batom vermelho, branco de roupa, contorcido o tronco que se mexe e dança. Mãos com dedos pintados. Cores e cheiros.
Som do engraçado que enlaça te laça.
E no mesmo lugar de onde não saí, estou.
segunda-feira, 4 de agosto de 2008
O Belo na Música
Nina Simone - Ain't Got NO... I've Got Life
Music Free of Any Elbow Pain!!!
Conteúdo raro.
Cuidado pode provocar mudanças em seu comportamento futuro, não escutar caso deseje permanecer no mesmo ponto da vida.
Music Free of Any Elbow Pain!!!
Conteúdo raro.
Cuidado pode provocar mudanças em seu comportamento futuro, não escutar caso deseje permanecer no mesmo ponto da vida.
domingo, 3 de agosto de 2008
Material Impróprio - Cuidado!
Falo hoje sobre um sonho de ontem.
Suas cores passaram do preto ao branco sem perder uma só mudança, mas com liberdade de misturar e voltar, subir descendo para dançar o se perder.
Estou parado em frente ao penhasco,
é ele,
eu o conheço de vista,
o vento sobe devagar minha pele,
o mundo estava sendo inundado por ar.
Miro o fundo, e vejo meus olhos brancos, refletem a luz solar enquanto são secos pelo toque do mundo.
Me preparo para pular.
Há grama sob meus pés.
- Como pode haver grama se estou em casa?
Lá embaixo eu não sei o que há. Em cima eu conheço tudo. Me abaixo só um pouco, imaginando minhas pernas se tornando uma espécie de molas, elas adoram se fantasiar, são crianças tentando ser adultos.
Estou subindo com mais velocidade, pés ainda no chão, passo pelo ponto médio e nesse momento escuto um chamado:
- Beaumont!
- Beaumont. Beaumont...
OLho para trás e vejo todos que passaram por minha vida, importantes, esquecidos relembrados, figurantes, potenciais amores, sons, letras, imagens conexas e desconexas.
Me viro para o penhasco,
ele não está mais lá.
Não há mais nada em minha frente.
Todos se foram,
não há mais ninguém há minha volta e meu nome
voltou para casa.
A inspiração das três horas da manhã não espera você acordar.
Ela está ali, agora,
nunca no depois
e nunca
no antes.
Suas cores passaram do preto ao branco sem perder uma só mudança, mas com liberdade de misturar e voltar, subir descendo para dançar o se perder.
Estou parado em frente ao penhasco,
é ele,
eu o conheço de vista,
o vento sobe devagar minha pele,
o mundo estava sendo inundado por ar.
Miro o fundo, e vejo meus olhos brancos, refletem a luz solar enquanto são secos pelo toque do mundo.
Me preparo para pular.
Há grama sob meus pés.
- Como pode haver grama se estou em casa?
Lá embaixo eu não sei o que há. Em cima eu conheço tudo. Me abaixo só um pouco, imaginando minhas pernas se tornando uma espécie de molas, elas adoram se fantasiar, são crianças tentando ser adultos.
Estou subindo com mais velocidade, pés ainda no chão, passo pelo ponto médio e nesse momento escuto um chamado:
- Beaumont!
- Beaumont. Beaumont...
OLho para trás e vejo todos que passaram por minha vida, importantes, esquecidos relembrados, figurantes, potenciais amores, sons, letras, imagens conexas e desconexas.
Me viro para o penhasco,
ele não está mais lá.
Não há mais nada em minha frente.
Todos se foram,
não há mais ninguém há minha volta e meu nome
voltou para casa.
A inspiração das três horas da manhã não espera você acordar.
Ela está ali, agora,
nunca no depois
e nunca
no antes.
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